BCE quer que bancos congelem dividendos até final do ano
Supervisor europeu vai pedir aos bancos para suspenderem os dividendos até final do ano, devido ao impacto severo da pandemia na atividade económica. Mantém flexibilidade no cumprimento dos rácios.
O Banco Central Europeu (BCE) vai manter a recomendação aos bancos de congelarem os dividendos por mais tempo, até final do ano devido ao impacto da pandemia na economia da Zona Euro. A instituição liderada por Christine Lagarde também se prepara para manter a folga nos requisitos de capital. A informação está a ser avançada pela Reuters.
Com a economia em recessão devido ao surto de Covid-19, que levou à paralisação de uma parte importante da atividade económica nos meses de março e abril e maio, o BCE já tinha comunicado aos bancos a recomendação de suspender pagamentos como dividendos aos acionistas e bónus à administração até outubro. Isto enquanto permitia aos bancos socorrerem-se dos fundos regulamentares para responder à crise, mesmo que isso implica-se o incumprimento dos rácios temporariamente.
Citando fontes do supervisor bancário europeu, a Reuters adianta que as duas medidas — suspender dividendos e folga nos rácios regulamentares — vão ser anunciadas ainda esta quarta-feira, quando o BCE publicar os resultados da avaliação de vulnerabilidade dos bancos, um exercício que permitirá perceber, de forma agregada, como o setor poderá lidar com o impacto económico da pandemia.
De acordo com a Bloomberg, que avançou inicialmente com notícia, os reguladores nacionais poderão, ainda assim, permitir que os bancos mais pequenos (e que não estão sob supervisão direta do BCE) a permitir pagamentos, disseram duas fontes à agência. Um das fontes acrescentou que os bancos poderão pagar dividendos sob a forma de ações em vez de dinheiro para conservarem capital.
Em reação, o Stoxx Banks, que reúne os principais bancos do Velho Continente, perde mais de 1%, assim como o BCP, que cede 1,65% para 10,63 cêntimos.
Os supervisores temem um nova onda de incumprimentos no crédito nos próximos meses, assim que expirarem algumas medidas de apoio às famílias e empresas, como as garantias estatais e moratórias nos empréstimos.
Segundo a Bloomberg, que avançou inicialmente com a notícia, com o congelamento dos dividendos, os bancos vão reter de cerca de 30 mil milhões de euros.
Em Portugal, as medidas implementadas pelos reguladores representam um “balão de oxigénio” de mais de 12 mil milhões de euros, de acordo com o Banco de Portugal. No que diz respeito ao congelamento dos dividendos, bancos como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta e BPI deram cumprimento à recomendação do BCE, retendo mais de 900 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 15h19)
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