Leilão solar gera ganho de 559 milhões para os consumidores, diz Matos Fernandes
Ministro do Ambiente destacou o sucesso do leilão de energia solar em que foi batido o recorde mundial de preço mais baixo por Megawatt-hora (MWh). E a poupança que vai permitir aos consumidores.
Portugal completou o segundo leilão solar, alcançando mesmo um recorde: o preço do Megawatt-hora (MWh) foi o mais baixo de sempre, de apenas 11,14 euros. João Pedro Matos Fernandes destacou o sucesso da operação realizada, salientando as vantagens do modelo utilizado. E para o demonstrar, o ministro do Ambiente e da Transição Energética acenou com uma poupança para os consumidores, nos próximos 15 anos, que é “de 559 milhões de euros”.
Os preços por MWh chegaram a ser bem mais baixos em determinados lotes que foram a leilão, em torno dos 6,00 euros, mas para efeitos comparáveis com outras operações realizadas a nível mundial, Matos Fernandes salientou o preço de 11,14 euros como sendo “um recorde mundial”, na conferência de imprensa em que apresentou os resultados. Foram empresas estrangeiras que ganharam todos os lotes, colocando pressão nos preços por MWh. “Um player que já está em Portugal dá menos valor a poder aceder à rede do que um player que já está em Portugal”, disse o ministro quando questionado sobre o facto de nem EDP, nem Galp Energia, terem vencido qualquer lote.
Estes baixos preços vão gerar poupanças para o país, nomeadamente para os consumidores. “Esta é a completa inversão do que aconteceu enquanto estas tecnologias não eram maduras, em que o Estado e os consumidores tinham de pagar mais para consumir energia de fontes renováveis“, disse Matos Fernandes. Consumimos 57% de energia a partir de fontes renováveis no ano passado, percentagem que passará para 80%. “Vamos passar [para 80%] com os cidadãos a beneficiarem de um sobre ganho”, disse.
"Vamos pagar menos pela eletricidade.”
“Havendo um preço mais baixo na produção, tendencialmente os consumidores terão eletricidade a preços mais baixos ao longo do tempo“, disse o governante. “O que estamos a gerar de poupança para os consumidores nos próximos 15 anos é de 559 milhões de euros. Com metade da capacidade, temos quase a mesma poupança”, disse, lembrando que o anterior leilão solar, o primeiro, tinha já gerado uma poupança de 600 milhões de euros, mas para cerca de metade da capacidade.
João Galamba salientou que os “consumidores terão ganho nas tarifas de acesso à rede e no preço da energia”. A conclusão do secretário de Estado da Energia é clara: “vamos pagar menos pela eletricidade”. Contudo, Galamba lembrou que o “ganho dependerá da entrada em funcionamento das centrais solares”, algo que ainda demorará alguns anos a acontecer.
Terminado este segundo leilão, onde estavam em cima da mesa 700 megawatts para novas centrais solares, os promotores têm agora entre 18 e 48 meses para obter licenciamentos e aprovação ambiental, de forma a poderem arrancar com a construção das unidades de produção. As centrais deverão, depois, começar a debitar energia a partir de 2024, sendo a partir dessa altura que o ganho para os consumidores começará a ser sentido.
(Notícia atualizada às 13h38 com mais informação)
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