Aviação europeia condena “restrições fronteiriças caóticas” na UE e exige ação
A A4E considera que as “restrições fronteiriças caóticas” adotadas na UE tiveram um “impacto devastador na liberdade de circulação”, exigindo que os países façam desta uma "prioridade política".
A maior associação representativa da aviação europeia condenou esta terça-feira as “restrições fronteiriças caóticas” adotadas na União Europeia (UE), que tiveram um “impacto devastador na liberdade de circulação” este verão, exigindo que os países façam desta uma “prioridade política”.
“Os europeus não puderam desfrutar devidamente de uma merecida pausa de verão devido às restrições fronteiriças caóticas, juntamente com a confusão sobre quarentenas, formas variáveis de localização de passageiros e requisitos para testes”, critica em comunicado o diretor executivo da Airlines for Europe (A4E), a maior associação de companhias aéreas da Europa com sede em Bruxelas.
Com a retoma da procura, após a paralisação das viagens aéreas devido à pandemia de Covid-19, a ficar muito abaixo do esperado, Thomas Reynaert salienta que “um programa de testes harmonizado unificado é urgentemente necessário […] para tentar restaurar a confiança dos passageiros”, em vez de se optar por medidas mais restritivas.
Dados da A4E revelam que, por exemplo em agosto, o tráfego aéreo na Europa equivaleu a apenas 30% do mesmo mês no ano passado.
A associação que representa cerca de 70% das transportadoras aéreas europeias, entre as quais a TAP, defende por isso que “devem ser utilizados testes melhorados e rastreio de contactos em vez de quarentenas, uma vez que os testes permitem uma atenuação do risco a um nível individual”. E, para tal, insta os Estados-membros a disponibilizar testes “rápidos e fiáveis aos passageiros pouco antes da partida”.
Também citado pela nota de imprensa, o presidente executivo do grupo Air France-KLM e presidente da A4E, Benjamin Smith, defende que “o Conselho da UE deve fazer disto uma prioridade política”, observando que “as medidas nacionais não coordenadas nos últimos seis meses tiveram um impacto devastador na liberdade de circulação – um dos principais objetivos da União – com repercussões significativas no setor de viagens e turismo”.
“Medidas divergentes por parte dos Estados-membros – frequentemente implementadas com muito pouca antecedência, com base em critérios diferentes, e não suficientemente coordenadas com outros países – fizeram com que a procura de passageiros descesse a pique”, lamenta Benjamin Smith.
O responsável exige assim, em nome da A4E, uma “abordagem renovada e comum às restrições de viagem”, para proporcionar “às companhias aéreas e aos passageiros a clareza e previsibilidade necessária”, para assim “melhorar a conectividade transfronteiriça e restaurar a integridade do espaço Schengen/UE”.
Criada em 2016, a A4E tem como membros companhias aéreas que operam na Europa, como o grupo Air France-KLM, easyJet, grupo Lufthansa, Ryanair, TAP Air Portugal, TUI, entre outras, que no total transportam habitualmente mais de 720 milhões de passageiros por ano, operando mais de 3.000 aeronaves e gerando mais de 130 mil milhões de euros de volume de negócios anual.
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