Em atualização António Domingues: CGD tem de cortar custos
O novo presidente da CGD diz que o banco estatal é grande, serve sobretudo clientes particulares e que não reduziu tanto os custos como os bancos rivais.
António Domingues diz que a CGD precisa de cortar mais custos, uma vez que o que fez até agora ficou aquém dos bancos rivais. O facto de ser um banco grande e que depende dos depósitos também são apontados como motivos para as necessidades de capital.
Desde 2010, “os bancos fizeram um grande esforço, mas, no conjunto, os custos caíram 15%. Na CGD, recuaram 9%”, nota o responsável pelo banco estatal na comissão parlamentar criada para analisar os motivos para a situação atual da CGD.
António Domingues, o quarto inquirido no âmbito da comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse ainda que “o aumento de capital, a fazer-se, só podia fazer-se uma vez” e que as condições não podiam representar ajuda estatal.
Os bancos fizeram um grande esforço, mas, no conjunto, os custos caíram 15%. Na CGD, recuaram 9%
A Comissão Europeia já autorizou esta recapitalização, num acordo com o governo português que permite um aumento de capital de até 2,7 mil milhões de euros, transferência de 500 milhões de euros em ações da entidade que gere as participações da CGD, a ParCaixa, e conversão de 960 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente, ou CoCo, subscritas pelo Estado em ações.
O novo presidente do maior banco português, e ex-BPI, refere o cenário difícil de taxas de juro baixas, que penaliza o setor bancário. “O setor como um todo começou por ter problemas a nível da evolução da receita, devido a uma taxa de juro próxima de zero”, referindo-se à Euribor. “O ambiente de taxas de juro zero é muito negativo para o setor bancário”, disse o CEO, falando ainda do aumento gradual do custo dos depósitos.
Em relação ao salário, o presidente diz que a sua remuneração está em linha com o que é praticado no mercado e que será tornado público. Domingues disse ainda que o aumento dos salários dos administradores da Caixa foi autorizado por Bruxelas e que foi uma das condições para que a comissão aprovasse o plano de restruturação.
Esta é já a quarta sessão nesta comissão de inquérito, depois de já ter sido ouvido o ministro das Finanças, Mário Centeno, o anterior presidente da CGD, José de Matos, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Cargo só foi aceite após negociações
António Domingues confirmou ao deputado do PSD Carlos Costa Neves que negociou com o governo condições para aceitar o cargo, como a estrutura da equipa, necessidades de capital e plano de reestruturação.
“Se houvesse aplicação das novas regras de ajudas de Estado, eu não teria aceitado o convite”, afirma Domingues.
O PSD insistiu várias vezes sobre quando é que o novo presidente teria deixado as funções que exercia no BPI, ao que António Domingues diz ter abandonado o cargo a 16 de abril. “Todos os colaboradores do BPI que foram convidados a integrar a CGD pediram a demissão dos quadros do BPI”, esclarece.
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