Moody’s aplaude aumento de capital do BCP mas duvida da estratégia
Agência de notação financeira considera positivo o reforço de capital do banco liderado por Nuno Amado mas salienta desafios do plano estratégico.
A Moody’s considera que o aumento de capital do BCP é positivo para o perfil de crédito do banco. Ainda assim, a agência duvida que as metas do plano estratégico para 2018 seja cumpridas. E isto por culpa da falta de crescimento da economia que não vai ajudar Nuno Amado a reduzir os problemas da instituição com o crédito malparado.
“A transação é positiva para os credores do BCP porque vai permitir ao banco reforçar a capacidade de absorção do risco e reembolsar os 700 milhões de euros que faltam das obrigações contingentes que o governo português comprou em 2012”, considerou a agência norte-americana na edição do Credit Outlook desta segunda-feira.
O BCP realiza nas próximas semanas um aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros, através da emissão de 14 mil milhões de novas ações ao preço de 9,4 cêntimos. A operação está garantida pelo sindicato bancário que organiza o aumento de capital e ainda pelo acionista de referência Fosun, que já se comprometeu irrevogavelmente a participar no reforço de capital para aumentar a sua posição no banco para 30%.
Depois do aumento de capital, o banco poderá virar atenções para o seu “desafiante” plano estratégico até 2018. O plano inclui a manutenção de um rácio consistentemente acima de 11%, reduzindo o rácio dos empréstimos sobre os depósitos para baixo de 100% e melhorando a sua rentabilidade core, com os custos operacionais aquém da dos 50% das receitas principais.
“Acreditamos que será desafiante para o BCP atingir estes objetivos, tendo em conta que as perspetivas de modesto crescimento económico de Portugal irão dificultar a redução material do montante de exposições problemáticas. Adicionalmente, as receitas operacionais irão continuar desafiadas pelas taxas de juros baixas e pelo volume de negócio deprimido no mercado doméstico”, justifica a Moody’s.
Aquela agência atribui ao BCP um rating de B1, um grau de investimento considerado especulativo.
As ações do BCP cedem 5% para 0,8238 euros, mantendo-se a pressão vendedora em torno do banco na última sessão que dá acesso direto ao aumento de capital. A cotação ajusta-se já na sessão desta terça-feira, com o destaque dos direitos.
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