Costa garante que não há “porta fechada” ao Bloco de Esquerda no OE 2021

O primeiro-ministro negou esta sexta-feira, em entrevista à Antena 1, o afastamento do BE das negociações do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021). António Costa garante que”, apesar do voto contra dos bloquistas na votação na generalidade, o Governo mantém a vontade de negociar e chegar a um acordo com os bloquistas, tal como aconteceu nos últimos anos.

Questionado sobre se vai tentar conquistar a abstenção dos bloquistas, Costa disse que não há “nenhuma porta fechada para o Bloco de Esquerda” pelo que é possível haver entendimentos na fase de especialidade do Orçamento que está em discussão na Assembleia da República. E será que o OE irá passar na votação final global? “Espero que sim”, respondeu o socialista.

Ainda assim, o primeiro-ministro não se inibiu de criticar o BE pela decisão de votar contra o OE 2021 que, para si, é dos que tem uma componente social mais forte desde 2015. Costa considera que “haverá certamente razões subjetivas e políticas” para a decisão dos bloquistas, mas que “não se compreendem as razões objetivas”.

Perante o anúncio de voto contra dos bloquistas, na reação o Governo tinha ameaçado excluir o BE das negociações. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro disse na altura que para continuar nas negociações, o BE tem uma decisão a “tomar”, nomeadamente “se quer alterar a sua posição e continuar o diálogo”.

Relativamente à estabilidade política, António Costa rejeitou o cenário de eleições antecipadas: “Seria muito mau”, classificou, referindo que “o país tem conseguido manter a estabilidade nas crises que tem tido”, o que tem sido bom internamente mas também para a imagem externa de Portugal.

“Não escolhi governar numa pandemia, mas não fujo à pandemia“, garante, afirmando estar preparado para “a enfrentar e para recuperar o país”. “A última coisa que um político pode andar a fazer nesta fase é a pensar no seu futuro ou no do seu partido”, acrescentou.