Ministro do Ambiente diz que queixa sobre hidrogénio é “caluniosa e infundada”
“Espero que quem fez essa denúncia não seja de facto um anónimo”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, defendendo que o autor da queixa “merece que seja instaurado um processo-crime".
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse esta sexta-feira que a denúncia relacionada com o projeto do hidrogénio verde em Sines “é caluniosa e completamente infundada”. “Espero bem que quem fez essa denúncia não seja de facto um anónimo”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, defendendo que o autor da queixa “merece que seja instaurado contra ele um processo-crime”.
Segundo a última edição da revista Sábado, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, e o secretário de Estado da Energia, João Galamba, estão a ser investigados num processo que averigua “indícios de tráfico de influências e de corrupção, entre outros crimes económico-financeiros”, alegadamente cometidos no âmbito do projeto do hidrogénio verde.
“A estratégia do hidrogénio é uma coisa clara, transparente e conhecida”, declarou João Pedro Matos Fernandes.
Na quinta-feira, aquela publicação divulgou que os dois governantes “são suspeitos de favorecimento do consórcio EDP/Galp/REN no milionário projeto do hidrogénio verde para Sines”.
“Não há aqui nenhuma aprovação de projeto, não há aqui nenhum contrato, nem nenhum financiamento”, sublinhou o ministro do Ambiente, para assegurar que “todas as palavras que se associam a este processo não têm pés nem cabeça”.
Das 70 candidaturas ao projeto, “foram selecionadas 37”, incluindo a que foi apresentada pelo referido consórcio.
“Qual favorecimento?”, perguntou João Pedro Matos Fernandes, para realçar que não existe qualquer “contrato estabelecido”, além de enaltecer que “as três maiores empresas de energia [portuguesas] se associaram para apresentar um projeto” destinado a “produzir hidrogénio verde a partir da água do mar”.
“Nós estamos mesmo muito satisfeitos” com o facto de aquele consórcio “ter aparecido”, acrescentou.
O ministro salientou que, “no próximo ano, a central de Sines vai encerrar” e que será “fundamental encontrar emprego para as pessoas que ali trabalham”, além de que o futuro empreendimento permitirá “poupar 600 milhões de euros por ano em importação” de energia.
“Há muitas pessoas incomodadas que Portugal deixe de ser um importador de energia e passe a ser um exportador de energia. Estou até muito satisfeito e acho que é fundamental para o país que assim seja”, acentuou.
Na quinta-feira, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, já tinha reagido àquela notícia dizendo que os factos da investigação relacionada com o projeto do hidrogénio verde em Sines “não têm qualquer fundamento” e acrescentando ir avançar com uma queixa-crime por “denúncia caluniosa”.
No mesmo dia, também o secretário de Estado da Energia, João Galamba, através de um comunicado do Ministério do Ambiente, avançou a intenção de apresentar queixa-crime por eventual denúncia caluniosa, na sequência daquela investigação e de “transmitir à Procuradoria-Geral da República (PGR) a sua total disponibilidade para prestar os esclarecimentos necessários”.
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