Pfizer dá injeção de confiança. Bolsas europeias disparam 8%, Lisboa ganha 1,6 mil milhões de euros
A Pfizer anunciou a primeira vacina contra a Covid e deixou as bolsas em êxtase. Ganhos nas bolsas europeias chegaram aos 8%. Lisboa acelerou 4,5% e ganhou 1,6 mil milhões de euros.
Desde o primeiro dia da pandemia que todos aguardavam por uma vacina contra a Covid-19. Hoje foi o dia, com a farmacêutica Pfizer a dizer que terá uma eficácia de 90%. É um primeiro passo para o fim dos confinamentos e restrições. A perspetiva de regresso à normalidade deixou os investidores em euforia. Por cá, a bolsa de Lisboa “engordou” 1,6 mil milhões de euros só esta segunda-feira. A Europa também registou ganhos expressivos. Madrid disparou 8% e Paris acelerou mais de 7%, ainda na sequência da eleição de Joe Biden para Presidente dos EUA, anunciada no fim de semana.
O PSI-20, o principal índice português, fechou esta segunda-feira com uma valorização de 4,50% para 4.222,68 pontos. Isto foi o equivalente a um ganho da capitalização bolsista das suas 17 cotadas na ordem dos 1,62 mil milhões de euros, com destaque para a Galp e do BCP. Tanto as ações da petrolífera como do banco dispararam 17,4% e 18,9%, respetivamente.
No caso da Galp, um dos títulos mais castigados por uma pandemia a baixar o consumo de petróleo e a acelerar a transição para a energia verde, isso representou 944 milhões de euros a mais no seu valor de mercado apenas nesta sessão, passando a valer 6,3 mil milhões de euros.
Para o BCP, a subida de 19% foi o equivalente a um ganho de 218 milhões de euros no seu “market cap”, atingindo agora uma avaliação em bolsa de 1,37 mil milhões.
Galp acelera
A vacina ajudou ainda a ganhos noutros setores mais sensíveis à evolução da economia, como o papel e da construção. As papeleiras Altri e Navigator somaram 7,71% e 5,48% e a construtora Mota-Engil acelerou 8,38%. Numa perspetiva de melhoria do turismo e do consumo em geral, a Ibersol, que explora várias cadeias de fast food, disparou 9,42%.
Apenas duas cotadas fecharam abaixo da linha de água: a EDP Renováveis (-1,3%) e a Novabase (0,87%).
Lá por fora, o Ibex-35 de Madrid disparou 8,6% no melhor dia numa década. O Dax-30 de Frankfurt ganhou 5,2% e registou a melhor sessão desde maio de 2018. O Cac-40 de Paris ganhou 7,6%.
“Quando foi divulgada a notícia sobre os desenvolvimentos da vacina da Pfizer/BionTech, o mercado disparou. Tal como o inesperado presente de Natal, causou uma grande euforia nos mercados, embora nem todos estejam contentes”, referiram os analistas da XTB.
Setores do turismo foram dos mais favorecidos. A operadora de cruzeiros Carnival disparou mais de 36%. Também se registaram ganhos significativos entre companhias aéreas e grupos hoteleiros. A própria Pfizer acelera 15% com o anúncio da vacina experimental, mas o setor da saúde do Stoxx 600 fechou em terreno negativo. A Zoom, que fornece soluções de comunicação por vídeo online, estava a cair 15%.
Outro fator positivo do dia foi a eleição de Joe Biden, depois de conquistar os estados do Nevada e Pensilvânia. Trump ainda não reconheceu a derrota. “Espera-se que a tendência de subida das bolsas se mantenha, já que é pouco provável que o ruído criado por Trump e setores do partido Republicano venha a impedir o normal desenrolar dos acontecimentos”, disse Ricardo Evangelista, analista sénior da ActivTrades.
Nos outros mercados, o petróleo dispara mais de 7% com perspetivas de abertura das economias e maior consumo com o regresso da atividade económica. O contrato de Brent para entrega a 30 de novembro acelera 7,4% para 42,43 dólares por barril.
Nas obrigações, os juros portugueses a 10 anos subiram mais de oito pontos base para 0,172%. A yield associada aos títulos espanhóis a 10 anos subiu mais de 10 pontos para 0,203%. No caso italiano, a subida foi de 11,5 pontos para 0,733%. O mesmo se passou com a dívida alemã perante o cenário de melhores perspetivas para a economia.
(Notícia atualizada às 17h17)
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