Acciona investe 150 milhões para duplicar capacidade de produção em Portugal

"Temos o objetivo de, até 2025, duplicar a nossa capacidade de produção em Portugal, maioritariamente com centrais fotovoltaicas", diz Alexandre Kisslinger, diretor da empresa

Fornecimento de energia 100% renovável a empresas: Como estamos em Portugal? Este será o ponto de partida para o webinar organizado pela Acciona e pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), que irá decorrer esta quinta-feira, 12 de novembro.

O evento irá abordar as tendências do mercado de energia em Portugal e contará com a presença da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), que irão dar resposta aos crescentes desafios ambientais das empresas portuguesas. Debater o estado da utilização de energia renovável como forma de reduzir a pegada de carbono das empresas e demonstrar o seu compromisso com a sustentabilidade do planeta, serão temas a serem abordados no decorrer da iniciativa.

“A divisão de energia da Acciona desenvolve a sua atividade com o compromisso de contribuir para o progresso económico e social das comunidades onde opera. É uma empresa presente em Portugal há 15 anos como produtora de energia elétrica 100% renovável, e continua focada em acompanhar a mudança para uma economia de baixo carbono”, disse Alexandre Kisslinger, diretor da Aciona Energia em Portugal.

Em entrevista ao ECO/Capital Verde, Alexandre Kisslinger explicou o posicionamento da empresa no país, que passa por investir 150 milhões de euros para duplicar a capacidade de produção em Portugal, maioritariamente com centrais solares fotovoltaicas. A empresa tem atualmente 120 MW em 17 parques eólicos e ainda uma central solar fotovoltaica de 46 MWp na Amareleja (Moura), que em tempos já foi a maior da Europa.

O que motivou a Acciona a realizar o webinar “Energia Renovável para Empresas em Portugal?

Organizamos o webinar porque temos tido uma procura crescente, por parte de empresas comprometidas com a sustentabilidade, para informações e soluções enquadradas com a comercialização e consumo de energia 100% renovável e as respetivas Garantias de Origem. Desde o princípio, a Acciona comercializa energia 100% renovável. Queremos dar a conhecer as vantagens da energia com zero emissões às empresas. Além do mais, o mercado português recebeu recentemente a possibilidade de emissão de Garantias de Origem, o que acrescenta as vantagens da energia verde para o cliente final.

Que mensagem quer passar às empresas sobre este tema?

Este evento online irá debater as mais recentes tendências do mercado de energia em Portugal, nomeadamente como contratar energia renovável e a razão para fazê-lo. É uma oportunidade para dar a conhecer o nosso posicionamento e premissas futuras em território português.

Qual a importância de ter apoio da APREN? E a presença da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e a Direção Geral de Energia e Geologia?

A APREN é um catalisador para entidades interessadas no tema de energias renováveis. Convidámos a ERSE e a DGEG para debaterem abertamente o assunto no que respeita às recentes alterações do setor.

Qual é a estratégia da Acciona para Portugal neste momento?

A Acciona tem estado presente em Portugal desde 1948 em várias divisões e nos últimos 15 anos como produtor de eletricidade 100% renovável, com um claro compromisso de longo prazo para com o país. A divisão de Energia da empresa tem atualmente 120 MW em 17 parques eólicos e ainda uma central solar fotovoltaica de 46 MWp em Amareleja (Moura), que já foi a maior da Europa. Nos últimos quatro anos, a Acciona tem vindo a comercializar energia 100% renovável e como a primeira comercializadora independente de energia 100% renovável no país. Os nossos clientes são empresas líderes em Portugal como Coca-Cola, Roca, FNAC, Sonae Arauco, Vidrala, Bosch, Cerealis e MEO Energia. A Acciona Energia está focada na sua expansão no mercado, tanto na produção como na comercialização de energia 100% renovável. Estamos convencidos de que existe espaço de crescimento na comercialização dentro dos setores de grandes consumidores e industriais. Vemos um constante interesse de empresas que se comprometem em baixar os gastos energéticos e ao mesmo tempo melhorar o posicionamento sustentável.

O nosso objetivo na produção é duplicarmos a nossa capacidade atual até 2025. Para isto, precisaremos investir cerca de 150 milhões de euros. Do lado da comercialização, estamos a estruturar novos produtos que se adaptem às empresas portuguesas que procuram economizar, mas ao mesmo tempo se tornar mais sustentáveis.

Alexandre Kisslinger

Diretor da Acciona Energia em Portugal

Querem ser parceiros das empresas portuguesas na transição energética? De que forma?

Somamos atualmente mais de 50 grupos empresariais em Portugal que consomem energia limpa e que têm um contributo fundamental para a descarbonização da economia. Cada vez mais as empresas procuram políticas de sustentabilidade mais ambiciosas como fator de diferenciação, pelo que a certificação com Garantias de Origem 100% Renováveis associada ao fornecimento de energia elétrica desempenha um papel fundamental no leque de produtos e serviços que as empresas oferecem ao mercado. Fomos eleitos pela quinta vez consecutiva como a utility global mais “verde” do planeta.

Que atuação e papel têm já e querem ter no futuro nas energias renováveis em Portugal?

Temos um crescente papel junto da comercialização nos setores de grandes consumidores e industriais. Estamos focados nestas duas áreas, mas tendencialmente iremos avançar com novos produtos alargando os horizontes de clientes. Na produção temos o objetivo de até 2025 duplicar a nossa capacidade de produção em Portugal, maioritariamente com centrais fotovoltaicas.

Que balanço faz dos 15 anos como produtora de energia elétrica 100% renovável em Portugal?

Neste tempo temos conseguido manter-nos focados e com resultados positivos. A Acciona é uma empresa que se empenha no longo prazo. Ficámos algum tempo sem investimentos na produção, mas temos agora objetivos claros de crescimento para os próximos anos.

O desempenho no terceiro trimestre de 2020 confirma a tendência de recuperação da Acciona e que a pandemia Covid-19 não irá comprometer o crescimento da empresa – tanto no negócio de Energia como na divisão de Infraestruturas. No negócio de Energia, a perspetiva de crescimento de capacidade instalada global mantém-se nos 5 GW até 2024.

Alexandre Kisslinger

Diretor da Acciona Energia em Portugal

Que perspetivas de investimentos para Portugal?

Conforme mencionado antes, o nosso objetivo na produção é de duplicarmos a nossa capacidade atual até 2025. Para isto, precisaremos investir cerca de 150 milhões de euros. Não temos uma obrigação de crescimento, mas sim um interesse, pelo que todos os investimentos que fazemos são fundamentados dentro da política de solidez financeira a longo prazo. Do lado da comercialização, estamos a estruturar novos produtos que se adaptem às empresas portuguesas que procuram economizar, mas ao mesmo tempo se tornar mais sustentáveis.

A empresa acaba de apresentar os seus resultados dos primeiros nove meses de 2020. O que destaca a nível global e para Portugal?

O desempenho no terceiro trimestre de 2020 confirma a tendência de recuperação da Acciona e que a pandemia Covid-19 não irá comprometer o crescimento da empresa – tanto no negócio de Energia como na divisão de Infraestruturas. No negócio de Energia, a perspetiva de crescimento de capacidade instalada global mantém-se nos 5 GW até 2024.

De que forma a Acciona foi afetada em 2020 pela pandemia Covid 19, em Portugal e no mundo?

A pandemia Covid-19 teve impacto no negócio de Energia, quer em Portugal, quer em outros países onde está presente. A procura de energia elétrica baixou significativamente durante o primeiro confinamento, com as empresas a reduzirem a sua atividade industrial e os serviços reduzidos a mínimos, o que afetou diretamente o negócio da comercialização de energia elétrica. Esta diminuição provocou uma queda abrupta e histórica dos preços de energia no mercado que permitiu negociarmos contratos de energia a preços muito interessantes para as empresas.

Os resultados foram impactados?

Houve um impacto indireto nos resultados. Contudo, estamos numa convergência gradual para os níveis de rentabilidade normal na maioria dos negócios da Acciona. Este é o momento ideal para as empresas reduzirem os seus custos com a eletricidade aproveitando o momento que se vive no mercado de energia, tanto no curto como no longo prazo.

Quais as perspetivas da empresa para 2021?

A procura de energia e infraestruturas sustentáveis permanece forte e com perspetiva de crescimento, pelo que irá beneficiar os nossos planos de recuperação. A Acciona tem um modelo de negócio assente na sustentabilidade, que nos permitirá continuar a crescer nas duas vertentes de negócio: comercialização e produção de energia elétrica.

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