Sitava exige que Comissão Executiva informe sobre plano de reestruturação da TAP
Para o sindicato, as dificuldades que a TAP atravessa não se prendem com um “desequilíbrio estrutural” da companhia aérea que será necessário corrigir, mas antes com a “calamitosa situação sanitária”.
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) exigiu esta sexta-feira que a Comissão Executiva da TAP informe sobre as negociações no âmbito do plano de reestruturação, depois de uma reunião que considerou um “monólogo” dos representantes da companhia.
“Com estas reuniões ou com outras, lembramos que os trabalhadores da TAP estão a dar muito do seu salário, e por isso exigem que a Comissão Executiva informe o estado das negociações que certamente têm acontecido, para reestruturar a componente de custos da empresa”, lê-se num comunicado enviado pelo Sitava, depois uma “reunião técnica” convocada pela TAP.
“Não conseguimos vislumbrar nada de técnico nesta reunião. O que houve, isso sim, foi uma exaustiva explanação sobre a situação da empresa que todos nós já conhecemos, ou não tivéssemos nós olhos na cara e um profundo conhecimento daquilo que está a acontecer por todo o mundo no setor da aviação”, acrescentou o sindicato.
Para o sindicato, as dificuldades que a TAP atravessa não se prendem com um “desequilíbrio estrutural” da companhia aérea que será necessário corrigir, mas antes com a “calamitosa situação sanitária” que o mundo vive. O Sitava assegurou também que não está disponível “para aceitar imposições e factos consumados”.
“Os responsáveis da empresa, e não só, têm debitado na comunicação social que a tal reestruturação se faria em estreito diálogo com os trabalhadores, que é como quem diz com os seus representantes. Mas qual diálogo? Com reuniões como a que ocorreu hoje [quinta-feira]? Sem qualquer representante da Comissão Executiva ou do Conselho de Administração? Não, isto não é diálogo”, sublinhou.
O sindicato exigiu, ainda, saber “quando é que termina a aventura” da TAP Manutenção e Engenharia do Brasil, e pediu que a empresa se abstenha de “criar novas dependências com empresas brasileiras que venham a amarrar a TAP a novos e ruinosos compromissos”.
Na quinta-feira decorreram reuniões com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e a Comissão de Trabalhadores, conforme confirmaram as entidades à Lusa. Hoje é a vez dos sindicatos dos trabalhadores de terra se reunirem com a TAP, no âmbito do plano de reestruturação, que tem que ser apresentado à Comissão Europeia até 10 de dezembro.
Do outro lado da mesa estão o representante da administração e coordenador do plano de reestruturação, Miguel Malaquias, bem como Carlos Elavai, da consultora Boston Consulting Group (BCG), que está a elaborar o plano, e o diretor de Recursos Humanos da TAP, Pedro Ramos.
Na semana passada, o ministro das Infraestruturas disse no parlamento que “a primeira fase” do plano de reestruturação da TAP “está feita” e que as negociações com os sindicatos iam arrancar “desde já”.
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