Portos movimentaram menos 7,6% de carga nos primeiros nove meses do ano
Conjunto dos portos registou nos primeiros nove meses deste ano um total de 7.033 escalas, um recuo de 12,2% (-979 escalas no total) face ao período homólogo de 2019.
Os portos do continente movimentaram, até setembro, 60,7 milhões de toneladas, uma queda de 7,6% em relação a igual período de 2019, de acordo com dados divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Ainda assim, de acordo com um comunicado da entidade, esta redução representa “uma recuperação de 1,2 pontos percentuais (p.p.)”, tendo em conta “o acumulado de agosto”.
Analisando apenas o mês de setembro, os portos do continente registaram um aumento de 1,7%, em comparação com o mês homólogo de 2019. “Este crescimento foi impulsionado pela maioria dos portos, com destaque para Sines, mas acompanhado por Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal e Faro”, salientou a AMT.
O organismo indicou que o comportamento dos portos do continente foi “influenciado maioritariamente por Lisboa, que regista uma diminuição de 1,96 milhões de toneladas (-22,8%), e por Leixões com -1,66 milhões de toneladas (-11,2%). Sines, por outro lado, segue a recuperar progressivamente o volume de carga perdida, passando de -12,7% em junho para -2,5% em setembro. Pela positiva, merecem particular referência Faro e Figueira da Foz, os únicos a movimentar um volume superior ao registado em 2019, registando, respetivamente, +35,5% e +2%”, destacou a AMT.
No que diz respeito aos mercados de carga, o do “carvão tem vindo a registar um forte condicionamento ao longo deste ano, na sequência da significativa redução da atividade das centrais termoelétricas de Sines e do Pego, que se traduz numa diminuição de 2,2 milhões de toneladas, correspondente a -82,2%, no período de janeiro-setembro” disse a AMT.
Também os produtos petrolíferos, outros granéis sólidos, produtos agrícolas e carga fracionada “registaram expressivas variações negativas, de, respetivamente, -1,76 milhões de toneladas, -402,3 mil toneladas (mt), ‑303,5 mt e -277,3 mt”, de acordo com o comunicado.
Em sentido contrário, com comportamento positivo, “assinalam-se os mercados da carga contentorizada e dos minérios, que observam acréscimos respetivos de 376,7 mt e de 79,8 mt, sendo que a carga contentorizada, detendo a quota mais significativa que se eleva a 38,5%, foi fortemente influenciada por Sines que fecha o período de janeiro a setembro de 2020 com um volume superior em +1,57 milhões de toneladas (+12,1%) ao do período homólogo de 2019”, disse a organização.
Este desempenho anula “a variação negativa de quase -1,48 milhões de toneladas apurada em Lisboa (-41,3%), que vem registando variações mensais homólogas negativas desde fevereiro”, de acordo com o organismo que assinala ainda os acréscimos em Setúbal e Leixões, de +16,5% e de +2,6%, respetivamente, “sendo que este último incremento conduz Leixões ao registo da melhor marca de sempre nos períodos homólogos”.
A AMT revelou ainda que Sines reforçou a liderança em setembro, “com quota maioritária absoluta de 50,5% do total do movimento de carga movimentada, um acréscimo de 2,7 p.p. à do período homólogo de 2019, embora esteja ainda a -3,9 p.p. do seu máximo registado em 2016”.
Entre janeiro e setembro, o segmento dos contentores registou um volume superior a 2,05 milhões de TEU (unidade de medida de contentores), uma queda de 1,4% face a 2019, disse o regulador.
“Este comportamento resulta dos desempenhos positivos dos portos de Sines, Setúbal e Leixões, com variações respetivas de +89,9 mil TEU (+8,3%), de +17 mil TEU (+15,9%) e de +6,2 mil TEU (+1,2%), que, no entanto, não conseguiram anular as variações negativas de Lisboa e da Figueira da Foz, que atingiram respetivamente -136,7 (-38,7%) e -4,5 (‑27,5%) mil TEU”, segundo o comunicado.
No que diz respeito ao número de escalas de navios, o “conjunto dos portos registou nos primeiros nove meses deste ano um total de 7.033 escalas, um recuo de 12,2% (-979 escalas no total) face ao período homólogo de 2019”, sendo que “este comportamento global resulta de diminuições do número de escalas observadas na maioria dos portos, mas sendo fortemente condicionado pelo porto Lisboa” que regista uma diminuição de 664 escalas, segundo a AMT.
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