Governo à espera de propostas da euroAtlantic sobre a TAP

A trabalhar no plano de reestruturação da TAP, Pedro Nuno Santos reuniu-se com responsáveis da euroAtlantic. No início do próximo mês vai encontrar-se com sindicatos ligados à companhia aérea.

A euroAtlantic Airways pediu ao Governo uma solução comum de cooperação com a TAP que dê apoio às duas companhias aéreas. O Ministério das Infraestruturas e da Habitação confirmou ao ECO as negociações com a empresa e avança que está agora à espera que a companhia aérea liderada por Eugénio Fernandes apresente propostas concretas para serem avaliadas.

“Houve de facto uma reunião entre o ministro das Infraestruturas e da Habitação e a euroAtlantic sobre os apoios ao setor da aviação”, diz o gabinete de Pedro Nuno Santos, ao ECO. “Nessa mesma reunião ficou definido que a euroAtlantic apresentará propostas concretas ao gabinete do secretário de Estado Adjunto e das Comunicações sobre o tema, para que sejam analisadas“, acrescenta.

O CEO da euroAtlantic, Eugénio Fernandes, anunciou em entrevista ao Jornal Económico (acesso livre), que propôs uma “cooperação com a TAP para uma solução comum” por forma a minimizar perdas. Pontualmente, as duas empresas fazem já parcerias em relação a fornecedores e clientes. Lembra que a companhia aérea partilha algumas rotas com a TAP e aponta para aprofundar essas sinergias a “longo prazo”.

A companhia aérea portuguesa especializada em leasing, charter e carga aérea espera precisar de 40 a 50 milhões de euros nos próximos dois anos. Do lado da TAP, os montantes são muito diferentes: a companhia aérea já recebeu 700 milhões de euros e ainda vai receber mais 500 milhões até fim do ano para garantir a liquidez antes da reestruturação.

Governo reúne com sindicatos a uma semana de apresentar plano

Esse apoio público de 1,2 mil milhões de euros está condicionado à apresentação à Comissão Europeia de um plano de reestruturação que assegure a viabilidade de longo prazo da companhia aérea. Faltam poucas semanas para a data final para ser esse plano ser entregue em Bruxelas, a 10 de dezembro.

Sabe-se já que o objetivo é que a companhia aérea regresse a níveis operacionais e financeiros pré-pandemia em 2025. Para isso, é apenas certo que haja despedimentos e uma reestruturação da frota, mas as medidas concretas ainda não são conhecidas.

No início do mês de dezembro, o ministro Pedro Nuno Santos vai encontrar-se com os sindicatos afetos à TAP para apresentar linhas gerais e ouvir as reivindicações dos trabalhadores. No entanto, a proximidade em relação à data máxima para entrega do plano e o elevado número de encontros (há mais de uma dezena de sindicatos ligados à TAP) poderá limitar a margem de negociação.

Estes irão acontecer depois de uma série de reuniões entre os mesmos representantes dos funcionários e a responsáveis da TAP e da Boston Consulting Group (BCG), a consultora que está a desenhar o plano de reestruturação. No entanto, os trabalhadores saíram sem grandes informações novas e a pedir mais.

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