Efacec: Trabalhadores concentram-se na sexta-feira para exigir “nacionalização definitiva”

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2020

Os trabalhadores exigem que o Estado “nacionalize definitivamente” a Efacec e reintegre os 21 trabalhadores alvo de despedimento coletivo em 2018.

Os trabalhadores do grupo Efacec concentram-se na sexta-feira junto às instalações da empresa em Leça do Balio, Matosinhos, exigindo que o Estado a “nacionalize definitivamente” e reintegre os 21 trabalhadores alvo de despedimento coletivo em 2018.

Defendemos que a nacionalização da Efacec deve ser real, definitiva, que o Governo proceda ao controlo público do grupo Efacec e à sua integração no Setor Empresarial do Estado. Só assim estarão defendidos os postos de trabalho e o futuro da Efacec”, sustenta o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) em comunicado.

Para além da nacionalização definitiva da Efacec e da reversão do “vergonhoso despedimento coletivo” efetuado em 2018, os trabalhadores – que estarão concentrados entre as 14:00 e as 15:00 — reclamam que o Estado acabe com a “política de perseguição e intimidação”, “defenda o futuro da empresa, dos trabalhadores e dos seus postos de trabalho” e “ponha termo à precariedade existente”.

“A Efacec é uma empresa estratégica, altamente tecnológica e essencial para Portugal”, remata o Site-Norte. O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira o caderno de encargos para a reprivatização dos 71,73% do capital da Efacec que foram alvo de nacionalização, prevendo que o processo demore cerca de seis meses.

“Foi aprovado o caderno de encargos da venda direta a realizar no âmbito do processo de reprivatização de ações representativas de 71,73% do capital social da EFACEC Power Solutions, SGPS, S. A.”, refere o comunicado do Conselho de Ministros.

Presente no habitual ‘briefing’ realizado no final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado das Finanças adiantou que “existe um conjunto significativo de investidores que estão interessados” e enunciou alguns dos critérios que integram o caderno de encargos, nomeadamente o preço por ação, a credibilidade do projeto ou o reforço da capacidade económico-financeira da empresa.

Em 02 de julho, o Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec, uma empresa nacional que “constitui uma referência internacional em setores vitais para a economia portuguesa”. “A intervenção do Estado procura viabilizar a continuidade da empresa, garantindo a estabilidade do seu valor financeiro e operacional e permitindo a salvaguarda dos cerca de 2.500 postos de trabalho”, referiu, na ocasião, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Este processo decorre da saída de Isabel dos Santos do capital da Efacec, na sequência do envolvimento do seu nome no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou, em 19 de janeiro passado, mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária e do marido que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

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