Portugal regista recorde de mortes por Covid-19. Quatro gráficos que mostram a evolução da pandemia

O número de mortes por Covid-19 tem vindo a ser elevado, atingindo um recorde esta sexta-feira. Há mais internados do que na primeira vaga e óbitos continuam a centrar-se nos mais velhos.

Portugal registou esta quinta-feira o maior número de mortes diário devido à Covid-19, 95 em 24 horas, de acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de vítimas mortais tem sido elevado nos últimos dias, comparativamente com a primeira vaga, sendo que têm sido também mais os infetados que têm de ser internados.

O país demorou cerca de dois meses a atingir a fasquia das mil mortes por Covid-19, como consequência da primeira vaga, e outros cinco meses a ultrapassar outro milhar. Mas de 1 de novembro a 1 de dezembro, o total de vítimas fatais da pandemia passou de 2.544 para 4.577, tendo superado, no dia 7 deste mês, as cinco mil mortes.

Evolução do número de mortes por coronavírus

Número diário de mortes por coronavírus

Os óbitos têm assim avançado a um ritmo mais rápido nos últimos tempos, numa altura em que as temperaturas são baixas e em que existe também um maior número de internados. O pico de internamentos na primeira vaga ocorreu a 16 de abril, quando 1.302 camas estavam ocupadas com doentes infetados por Covid-19.

Já nesta segunda vaga, o ritmo de internamentos começou a avançar e a superar os dois mil doentes a partir de novembro, sendo que o máximo até agora foi de 3.367. O número de internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) tem também acompanhado esta evolução, chegando a estar um máximo de 536 pessoas nesta situação.

Esta sexta-feira, dia em que se registou o número mais alto de mortes diárias, encontravam-se 3.230 doentes em internamento, dos quais 507 em UCI.

Evolução dos internamentos

Evolução dos internamentos com Covid-19

Foi também revelado

Quanto à caracterização das mortes, a grande maioria, 96%, tem mais do que 60 anos. Os mais velhos são mesmo os mais afetados por esta doença, sendo que dois terços dos óbitos correspondem a pessoas acima dos 80 anos. Não existem dados relativos aos doentes que tinham comorbilidades, mas esse é também outro fator que influencia a intensidade da Covid-19.

Entre as faixas etárias mais novas, até aos 19 anos, ocorreu apenas uma morte, uma bebé com quatro meses que tinha Covid-19 e outras “condições associadas”, segundo indicou a ministra da Saúde na altura. Já na distribuição por género, registam-se mais óbitos devido ao coronavírus entre homens, exceto na camada acima dos 80 anos, sendo de sublinhar que existem também mais mulheres no país.

Total de óbitos por faixa etária e género

No que diz respeito à distribuição pelo país, como seria de esperar, o Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as regiões que concentram mais óbitos, sendo também aquelas com maior incidência do vírus. No entanto, existe um maior foco no Norte, onde já se registaram 2.578 mortes desde o início da pandemia, o que corresponde a quase metade do total.

Lisboa e Vale do Tejo contabiliza cerca de um terço das mortes por Covid-19 no país desde março, registando 1.863 óbitos. Por outro lado, as regiões autónomas são as que apresentam um número mais reduzido de vítimas mortais. Nos Açores foram 20 pessoas, enquanto na Madeira se contabilizam apenas três. A primeira morte por Covid-19 na Madeira ocorreu a 1 de novembro, tratando-se de uma mulher de 97 anos que estava hospitalizada.

Número total de mortes por região

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