Pandemia já justifica quase todo o acréscimo da mortalidade em novembro

Em novembro, morreram mais 2.009 pessoas do que a média, em período homólogo, entre 2015 e 2019. Essa variação é explicada em grande parte pelo agravamento da pandemia, revela o INE.

Nas últimas quatro semanas, morreram mais 2.009 pessoas que a média, em período homólogo, de 2015-2019. Essa variação é explicada em larga medida pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), do referido total de óbitos verificado entre 2 de novembro e 29 de novembro, 1.915 foram por Covid-19, ou seja, 95,3%.

“Nas últimas quatro semanas (2 a 29 de novembro) registaram-se mais 2.009 óbitos que a média, em período homólogo, de 2015-2019. Nesse período registaram-se 1.915 óbitos por Covid-19, representando 95,3% do acréscimo observado”, revela o INE.

Neste contexto, nas últimas quatro semanas apenas 4,3% dos óbitos não estão relacionados com a Covid-19. Estes dados revelam um agravamento do acréscimo na mortalidade ligado ao novo coronavírus, que já tinha sido evidente na informação estatística anterior. Entre 19 de outubro a 15 de novembro, 81,9% do acréscimo de mortalidade tinha sido justificado pela crise pandémica. De salientar que esta tendência de crescimento da mortalidade, acontece numa altura em que o número de novos casos de contágio tem diminuído, contudo, os óbitos a lamentar têm vindo a crescer, com novembro a ser o mês mais “negro” ao nível da mortalidade, desde o início da pandemia.

Entre 2 de março — data em que foram diagnosticados os dois primeiros casos de Covid-19 em Portugal — e 29 de novembro, foram registados 87.792 óbitos, mais 10.776 do que a média, em período homólogo, dos últimos cinco anos. Deste total, 41,8% (4.505) foram óbitos pelo novo coronavírus, salienta o INE.

Dos referidos 87.792 óbitos, 43.600 foram de homens e 44.192 de mulheres, mais 4.742 e 6.034 óbitos, respetivamente, face à média de mortes dos últimos anos. Mais de 70% dos falecimentos foram registados em pessoas com 70 ou mais anos, sendo que nessa faixa etária morreram mais 9.151 pessoas, face ao período homólogo, entre 2015 e 2019, das quais mais 6 834 com 85 e mais anos.

Tal como tem sido a tendência dos últimos meses, o INE sublinha que o maior acréscimo de mortes se registou na região Norte, “com exceção da última semana de junho, das primeiras de julho, das últimas de setembro e primeira de outubro em que foi superior na Área Metropolitana de Lisboa”. Assim, 2 de março e 29 de novembro, morreram mais 4.760 pessoas no Norte, mais 2.948 na Área Metropolitana de Lisboa, mais 1.908 no Centro, mais 838 no Alentejo, mais 282 no Algarve, mais 99 nos Açores e mais 79 pessoas na Madeira, face à média, observada no período homólogo de 2015-2019.

Ao mesmo tempo, o gabinete de estatísticas sinaliza que do total de 87.792 óbitos registados desde o início da pandemia, 52.741 ocorreram e contexto hospitalar, mais 4.231 do que a média entre 2015 e 2019. Ao passo que 35.051 dos falecimentos foram registados fora dos estabelecimentos hospitalares, mais 6.545 óbitos do que a média dos últimos anos. “Neste período, 60,7% do acréscimo de óbitos ocorreu fora dos hospitais. Contudo, nas últimas cinco semanas, o maior acréscimo de óbitos registou-se nos hospitais”, aponta o INE.

Segundo o último boletim divulgado pela Direção-Geral de Saúde, há, neste momento, 70.381 casos de Covid-19 ativos em Portugal. Desde o início da pandemia, foram confirmados 335.207 casos de infeção, dos quais 259.548 já foram dados como recuperados. Até ao momento, faleceram 5.278 pessoas vítimas do novo coronavírus em Portugal.

(Artigo atualizado)

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