Reservas na TAP para o Natal e fim de ano caíram 70%
A TAP revela que as marcações são sobretudo para visitar familiares. Em termos de lazer, “a procura é ainda muito incipiente". Entretanto, a alemã Lufthansa reforçou a oferta de voos para Portugal.
As viagens de avião por motivos de lazer estão a ser fortemente afetadas pela pandemia e impedem a recuperação da atividade da TAP na quadra festiva. As reservas para o período do Natal e do fim de ano estão muito abaixo do que a companhia aérea registou no ano passado e, em larga medida, os passageiros apenas deslocam-se para visitar familiares e amigos.
“As reservas estão 70% abaixo do ano passado“, explica fonte oficial da TAP ao ECO. “Mas temos vindo a aumentar as vendas desde meados de novembro para voar em dezembro e janeiro, sobretudo no segmento VFR (Visit Friends and Relatives) das diversas comunidades. Em termos de Lazer, a procura é ainda muito incipiente“.
Apesar de a TAP ter reforçado a oferta para este período que é tipicamente de maior procura, o negócio está muito abaixo dos níveis pré-pandemia, em linha com o que tem acontecido nos últimos meses. Em novembro, a TAP transportou 247.896 passageiros de e para aeroportos nacionais. O número representa uma quebra de 29% face ao mês anterior, mas de 83,2% em relação a novembro de 2019, de acordo com dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
"As reservas estão 70% abaixo do ano passado. Mas temos vindo a aumentar as vendas desde meados de novembro para voar em dezembro e janeiro, sobretudo no segmento VFR (Visit Friends and Relatives) das diversas comunidades. Em termos de Lazer, a procura é ainda muito incipiente.”
Tal como a companhia aérea portuguesa, também a alemã Lufthansa reforçou a oferta de voos para Portugal na quadra natalícia. A empresa — que é tida como potencial parceira na TAP após a reestruturação — registou um disparo de 400% nas reservas no final de novembro, “particularmente para destinos como África do Sul, Namíbia, Ilhas Canárias, Madeira e destinos solarengos no Mediterrâneo, mas também zonas de neve no norte da Finlândia”.
“A Lufthansa está a responder ao aumento da procura com novos voos de e para destinos na Europa, mas também aumentando a frequência das ligações existentes em condições favoráveis”, diz a companhia. Entre as rotas que foram reforçadas pela empresa alemã estão os voos de Frankfurt para a Madeira, bem como de Frankfurt e Munique para Faro.
Mais de metade dos passageiros viajaram antes da pandemia
Fonte: ANAC
A aviação foi um dos setores mais afetados pela pandemia que levou às restrições nas viagens. Desde o início do ano, a TAP transportou menos de 5,2 milhões de pessoas, sendo que mais de metade da atividade diz respeito a janeiro e fevereiro. O pior mês foi mesmo abril, em que o número de passageiros não chegou sequer aos cinco mil. O plano de reestruturação a que a empresa será sujeita antecipa que sejam transportados apenas 28% dos passageiros de 2019.
Para tentar contrariar a tendência, a TAP lançou no início do mês uma campanha de aniversário, com o mote de viagens a 75 euros no ano em que celebra 75 anos. A promoção esteve disponível entre 9 e 12 de dezembro, com 75 mil lugares disponíveis. Devido à pandemia, a campanha incluía alterações gratuitas ao destino ou datas até 31 de maio do próximo ano. Esta foi uma tentativa de retomar o negócio, numa altura em que as perspetivas de retoma para o setor são incertas e estão fortemente dependentes da evolução da pandemia.
No plano de reestruturação enviado a Bruxelas, o Governo espera que a atividade da TAP só se aproxime dos níveis pré-pandemia em 2025, no mesmo ano em que antecipa os primeiros lucros. O cenário base é que a TAP tenha, até lá, perdas acumuladas de receitas no montante de 6,7 mil milhões de euros. Estas perspetivas para os próximos anos essas perdas que levam a que a companhia aérea vá precisar de um total entre 3.414 milhões e 3.725 milhões de euros de ajuda pública.
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