O managing partner da CCA acredita que esta crise vai funcionar como um acelerador de mudança. A inovação, digitalização e tecnologia deverão ser os princípios orientadores da economia em Portugal.
Domingos Cruz, managing partner da CCA Law Firm, espera que o ano de 2021 seja um ano de recuperação. Para o líder da firma, as áreas de contencioso, reestruturação e insolvência, laboral, aplicação dos fundos europeus e M&A irão crescer durante este ano.
Confiante que o setor tecnológico também tenha grande destaque em 2021, Domingos Cruz prevê que esta crise funcione como um acelerador de mudança. A “inovação, digitalização e tecnologia devem ser os princípios orientadores da economia em Portugal“, segundo o managing partner.
Que setores, tendo em conta o contexto atual, podem ter mais movimento em 2021?
Esperamos todos que o ano de 2021 seja um ano de recuperação (restará saber a que ritmo). E perante este cenário, com tantas novidades legislativas e até regulatórias que se avizinham (veja-se o leilão 5G que certamente dará que falar no próximo ano), prevemos um ano muito ativo em todas as áreas e setores que irão procurar novas estratégias de adaptação e recuperação, bem como aconselhamento jurídico para reverter o afamado 2020. Espera-se o crescimento daquelas áreas que normalmente se tornam mais ocupadas durante períodos de maior instabilidade: Contencioso, Reestruturação e Insolvência, laboral, mas também aplicação dos fundos europeus e M&A.
Também se prevê que o setor tecnológico tenha um grande destaque no próximo ano. Olhando para o futuro, prevemos que esta crise funcione também como um acelerador de mudança, nomeadamente ao nível do aumento do teletrabalho, promovendo os avanços científicos e tecnológicos e fomentando uma nova era digital. A inovação, digitalização e tecnologia devem ser os princípios orientadores da economia em Portugal. Assumindo que alguns ficarão para trás, devemos ser inflexíveis neste movimento, assumindo a “escalabilidade” das nossas empresas tecnológicas.
Que tipo de operações podem vir a acontecer?
Podemos também antecipar que a atividade de M&A continuará relevante. A nível estratégico, as fusões e aquisições podem permitir um rápido reposicionamento com vista ao crescimento, ou permitir desacelerar investimento em empresas que pretendam focar-se apenas no seu core business. As operações de consolidação serão importantes não só como um meio de enfrentar a crise, mas sobretudo para a sobrevivência de empresas dos setores mais afetados pela crise, como o Turismo, a Hotelaria e a Restauração.
Portugal continua a ser apetecível para os investidores?
Não tenho dúvidas que Portugal continuará a ser um país muito atrativo ao investimento estrangeiro. Apesar do cenário de queda da economia, esta pode gerar impactos positivos para quem quer investir em alguns setores, nomeadamente no mercado imobiliário e turismo.
Para além deste, também o setor da energia se apresenta como um dos mercados mais quentes para quem quer investir em Portugal. Até 2040 espera-se que a produção da energia renovável garanta grande parte do consumo elétrico de Portugal. Este crescimento representa uma oportunidade para investimentos nesse setor, não só na produção de energia, mas também no desenvolvimento de produtos e serviços relacionados com a mesma.
"Portugal continuará a ser um país muito atrativo ao investimento estrangeiro. ”
Por outro lado, o facto de Portugal continuar a ser visto como um pólo tecnológico, um hub de inovação e empreendedorismo, com várias startups de referência, faz com que Business Angels e Fundos de Private Equity/Venture Capital continuem a apostar no mercado nacional.
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CCA: “Setor da energia é um dos mercados mais quentes para quem quer investir em Portugal”, diz Domingos Cruz
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