Juro da dívida dos EUA acima de 1% pela primeira vez desde a pandemia
O partido de Joe Biden está próximo de reforçar o poder no país, caso se confirme o controlo do Senado num novo revés para Trump. Enquanto os juros da dívida agravam e o dólar recua.
Os democratas nos EUA estão próximos de reforçar o poder, ganhando margem para mais estímulos no país. A perspetiva — alimentada pela eleição de um dos dois lugares a votação para o Senado dos EUA — está a ser recebida com cautela em Wall Street. Os juros da dívida e o dólar refletem receios sobre o aumento do défice orçamental.
O democrata Raphael Warnock venceu as eleições especiais para o Senado dos Estados Unidos na Geórgia. O outro democrata em liça, Jon Ossoff, também está à frente na contagem face ao concorrente republicano. A confirmar-se a eleição de ambos, o partido de Joe Biden reforçaria a vitória, podendo obter o controlo do Senado já que cada partido ficaria com os mesmos 50 lugares e o presidente tem poder de desempate.
Essa “onda azul” significaria que Biden fica com maior margem de manobra para implementar estímulos orçamentais, mas também para mudanças políticas como maior regulação empresarial, subida de impostos ou maior investimento nas energias renováveis.
“É esperado que um governo liderado pelos democratas aumente os estímulos, essencialmente gaste mais, para ajudar a mitigar a crise do vírus”, explica Paul Sandhu, analista da BNP Paribas Asset Management em Hong Kong, citado pela Reuters. “Isso significa que haverá um dólar mais fraco”.
De forma geral, a expectativa é que um Senado democrata seja positivo para o crescimento económico global (beneficiando ativos de risco), mas negativo para a dívida e dólar devido ao aumento ainda maior do défice orçamental.
A yield das Treasuries a 10 anos negoceia nos 1,03%, tendo ultrapassado a barreira de 1% pela primeira vez desde o início da pandemia. O euro sobe para máximos de abril de 2018 contra a par norte-americana, nos 1,2344 dólares, enquanto o iene japonês está no valor mais alto em 10 meses, nos 102,57 dólares. O moeda norte-americana negoceia em mínimos de seis anos contra o franco suíço.
Mesmo nas ações, o sentimento é de cautela mais do que otimismo. É que, apesar da perspetiva de crescimento económico que possa impulsionar os resultados, a possibilidade de aperto regulatório para setores como banca, saúde, big tech ou petrolíferas, assusta Wall Street. Os futuros do Nasdaq caem 1,3% e os do S&P 500 cedem 0,5%.
Juro das obrigações dos EUA no valor mais alto desde 19 de março
Fonte: Reuters
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