Desativação da central de Sines pode demorar cinco anos, diz EDP
Em relação ao futuro das infraestruturas, a EDP adianta que "continua em estudo a possibilidade de desenvolver projetos que possam aproveitar parte das infraestruturas existentes naquela localização"
O último dia de produção de eletricidade na central de Sines, em Setúbal, é na quinta-feira, iniciando-se depois a desativação dos equipamentos, um processo que levará cerca de cinco anos, continuando em aberto o futuro daquela infraestrutura.
Segundo adiantou à agência Lusa fonte oficial da EDP, “o dia 14 de janeiro será o último dia em que a Central de Sines estará operacional (é a data em que caduca a licença de produção), encerrando depois em definitivo a partir de dia 15 de janeiro”.
Nessa data, acrescenta, “a central já terá queimado todo o ‘stock’ de carvão remanescente, pelo que irá iniciar-se a desativação de todos os equipamentos que até agora eram necessários para a produção de energia”.
“Estes trabalhos inserem-se numa primeira fase de descomissionamento, a que se segue o desmantelamento da infraestrutura, num processo que deverá durar sensivelmente cinco anos”, refere a mesma fonte.
Em atividade desde 1985, a central a carvão da EDP, no distrito de Setúbal, contava atualmente com 107 trabalhadores diretos, aos quais foi proposto “um conjunto de diferentes opções”, desde, por exemplo, “a passagem a reforma ou pré-reforma ou o acesso a oportunidades de mobilidade dentro do grupo EDP”, adiantou fonte oficial da empresa.
“A EDP iniciou contactos em setembro do ano passado, como planeado após o anúncio do fecho da central, para avaliarem em conjunto as diferentes opções. Esse processo […] tem decorrido com total colaboração e dentro dos prazos previstos”, refere, adiantando que “em todos os casos, a principal prioridade tem sido a de garantir que os compromissos da empresa com os seus 107 trabalhadores são integralmente cumpridos e no melhor interesse de ambas as partes”.
Questionada sobre informação mais detalhada sobre o futuro dos trabalhadores, a EDP esclareceu que “essa informação ainda não está disponível, dado que o processo de conversação ainda decorre”.
No caso dos trabalhadores indiretos, remete esclarecimentos para as “empresas prestadoras de serviços com as quais têm contratos”.
Em relação ao futuro das infraestruturas, a EDP adianta que “continua em estudo a possibilidade de desenvolver projetos que possam aproveitar parte das infraestruturas existentes naquela localização”.
“O projeto para produção de hidrogénio verde é uma dessas possibilidades, mas está ainda numa fase de estudo com vários parceiros. O projeto H2Sines, como é público, nasceu neste contexto como uma parceria que integra várias empresas – entre as quais a EDP, a REN, a Galp, a Martifer, a Vestas e a Engie – para avaliar a viabilidade da criação de uma cadeia de valor do hidrogénio verde em Portugal destinado ao consumo nacional e à exportação para o norte da Europa”, acrescentou.
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