CIP considera que linhas de crédito têm “condições menos favoráveis” do que em 2020

Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera que as novas linhas de crédito de apoio à tesouraria têm condições inferiores às de 2020, apesar da possibilidade de converter 20% a fundo perdido.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera que as linhas de crédito lançadas pelo Governo na sequência do novo confinamento têm, “genericamente”, “condições menos favoráveis” do que os apoios lançados em 2020, na primeira vaga da pandemia.

Numa conferência de imprensa esta segunda-feira, instado pelo ECO a comentar as condições deste novo apoio, Rafael Campos Pereira, vice-presidente, lembrou que a taxa de juro cresce 0,25% e que “parece que, de algum modo, há uma deterioração”, com “condições menos favoráveis”.

Todavia, a CIP está a aguardar para saber as condições a que está sujeita a parcela de 20% não reembolsável, nomeadamente se o montante vai ou não “ser convertido em capital”. “O que já sabemos é que implicam a manutenção dos postos de trabalho e isso corresponde ao desejo das próprias empresas”, reiterou.

Mais de 16% das vendas das empresas são de novos clientes

A CIP admite que o novo confinamento vai trazer um “pessimismo mais acentuado” às empresas portuguesas, destacando, contudo, que o tecido empresarial está a ser capaz de “manter o emprego” e de amparar a crise económica e social. Um estudo divulgado esta segunda-feira mostra que mais de 16% das vendas já resultam de novos clientes conquistados durante a pandemia.

“As empresas estão a conseguir manter novos clientes, o que e altamente estimulante: 16,5% das vendas já resultam de novos clientes que as empresas conseguiram conquistar nesta fase tremenda e dramática da pandemia”, afirmou Rafael Campos Pereira. “A crise só não é incomensuravelmente maior porque as empresas estão a fazer um grande esforço”, assegurou.

O inquérito às expectativas de gestores e empresários, divulgado esta segunda-feira e realizado mensalmente ou semanalmente pela CIP, ainda não abrange os novos apoios lançados pelo Governo na sequência do novo confinamento. Desde logo, o Governo relançou as linhas de crédito de apoio à tesouraria, que vão custar até 1,35% e incluem uma componente de 20% a fundo perdido.

Sobre isto, ainda assim, o responsável da CIP recorda que, em abril ou maio de 2020, a CIP propôs que “houvesse injeção de capital” para “empresas mais robustas”. “O Governo não o fez e, em janeiro de 2021, anunciou hoje [segunda-feira] o Banco de Fomento a criação de uma linha de crédito nesse sentido, em que 20% do montante emprestado pode ser convertido em subvenção”, frisou.

Contudo, Rafael Campos Pereira assumiu também que “Portugal não conseguiu acumular recursos dos contribuintes como outros países”, pelo que o país não tem “capacidade para indemnizar as empresas pelos prejuízos causados pelo confinamento”, disse.

O barómetro da CIP, anterior às medidas do novo confinamento, concluiu também que 46% das empresas já pediram financiamento, sendo que 9% ainda não o receberam.

Outro indicador importante é que, nos dados recolhidos no inquérito da CIP, 24% das empresas já consideravam as medidas então em vigor como “demasiado restritivas”. Além disso, mais de metade (51%) das empresas inquiridas está menos otimista quando ao futuro, admitindo que as vendas vão diminuir num “futuro próximo”, com especial enfoque nas microempresas.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h29)

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