Elétricas fecham 2020 com reclamações de clientes em alta. Goldenergy dispara 157%
Por comparação com o final de 2019, EDP, Endesa, Iberdrola e Goldenergy fecharam o ano de 2020 com muito mais reclamações por parte dos clientes registadas junto da ERSE. EDP foi a que menos subiu.
Por comparação com o final de 2019, quase todas as principais comercializadoras de eletricidade do mercado livre nacional fecharam o ano de 2020 com uma fotografia não muito positiva ao nível das reclamações por parte dos seus próprios clientes, revela a ERSE no seu Boletim de Apoio ao Consumidor de Energia, relativo ao 4º trimestre do ano passado, divulgado esta segunda-feira.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos alerta que “o número de reclamações associadas a cada empresa deve, desde logo, atender ao respetivo universo de clientes. O número de reclamações poderá ser mais ou menos significativo consoante a dimensão da entidade reclamada”. Por isso mesmo, com uma maior quota de mercado face às suas concorrentes (cerca de 76%, ou seja quatro milhões dos cerca de 5,3 milhões de consumidores já em mercado livre , em outubro de 2020) a EDP Comercial foi também a que registava maior número de reclamações no final do ano: 2666, mais 755 (uma subida de 39,5%) face ao período homólogo, quando tinha apenas 1911 destes processos a decorrer no regulador.
No entanto, apesar de ser a empresa que detém o recorde no número absoluto de reclamações, a EDP não foi a que mais aumentou o número de reclamações de um ano para o outro. Com 2,6% dos clientes em mercado livre (cerca de 138 mil) em outubro, de acordo com a ERSE, a Goldenergy fechou 2020 com 239 reclamações ativas, face às 93 registadas no final de 2019. Contas feitas, o desagrado dos clientes subiu 157% (mais 146 reclamações num ano).
A Iberdrola foi a segunda que mais aumentou em termos percentuais: passou de 352 reclamações associadas à empresa no último trimestre de 2019 para 217 em igual período de 2020. No total é uma subida de 62,2% e mais 135 reclamações para a elétrica espanhola que detém 6,1% dos clientes (cerca de 323 mil) em mercado livre.
No caso da Endesa, que em 2020 atingiu o marco de meio milhão de clientes em Portugal (está em segundo a seguir à EDP, com 7,4% da quota de mercado), fechou o ano com 1009 reclamações registadas, um salto de 60% (+358 reclamações) face aos 651 processos ativos no ano anterior.
A única a destoar face à tendência é a Galp Power (quota de mercado de 5,1%, 270 mil clientes), que conseguiu reduzir as reclamações entre 2019 e 2020 de 452 para 368 (-84 processos no espaço de um ano).
Ao longo de todo o ano de 2020, a ERSE recebeu no total 23.706 reclamações e pedidos de informação, mais 2.348 do que em 2019, o que significa um crescimento de 11%. O setor elétrico foi de todos o mais reclamado, com 15.188 reclamações e 1.051 pedidos de informação. Diz a ERSE que esta realidade se prende com o “vasto universo de clientes abastecidos, que somavam, em outubro de 2020, cerca de 6,3 milhões”.
No setor do gás natural, onde existiam à mesma data cerca de 1,5 milhões de clientes, registaram-se 1.628 reclamações e 106 pedidos de informação, durante o último ano.
Já o fornecimento dual (eletricidade e gás natural) esteve na origem de 3.757 reclamações e 141 pedidos de informação.
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