Tendências de recursos humanos para 2021

  • Vânia Pinto Correia
  • 2 Fevereiro 2021

Nos primórdios de 2020 a pandemia de SARS-CoV-2 apanhou a todos desprevenidos e despreparados, mudando muito do que eram dados adquiridos da gestão de RH. Mas então, o que mudou?

2020, o ano atípico em que o certo se tornou incerto e colocou em cheque muito do que dávamos por adquirido.

Mas… e 2021? Voltaremos aos standards de 2019 ou emergiremos numa nova realidade, mais sapiente e flexível?

Nos primórdios de 2020 a pandemia de SARS-CoV-2 apanhou a todos desprevenidos e despreparados, mudando muito do que eram dados adquiridos da gestão de RH. Mas então, o que mudou? Todas as empresas cujo teletrabalho foi possível adotaram essa modalidade em março ou abril e assim se têm mantido desde então. Esta nova realidade teve uma adoção ainda mais vincada em empresas do ramo de tecnologia, ramo este que tem vindo a influenciar mudanças no panorama profissional geral pelo seu vanguardismo, pelo que será neste que nos iremos focar.

A pergunta que todos os profissionais desta área partilham é “E 2021, como será?” Não será o ano do fim da pandemia, pois prevê-se que a vacinação demore meses a ter o efeito de redução drástica de contágios. Quais serão então os hot topics deste novo ano?

Escritório:

  • Empresas 100% remotas (abandono de escritórios e digitalização total do local de trabalho) vs modelos híbridos, em que se mantêm os escritórios em funcionamento, mas reconvertidos a espaços de socialização e trabalho em grupo, deixando as tarefas de cariz individual para os dias em que os colaboradores escolherão permanecer em teletrabalho.
  • Mudança para o modelo virtual first no que respeita a reuniões, ou seja, basta que um dos membros de uma reunião não se encontre presente fisicamente no mesmo local que os restantes para que todos tenham de se ligar individualmente no seu terminal, de forma a manter a qualidade áudio da reunião e dar as mesmas oportunidades de intervenção a todos os participantes.

Cultura e bem-estar:

  • Foco na componente de socialização de pares e em encontrar formas alternativas de criar o sentimento de pertença à equipa e à identidade da empresa, estando a trabalhar total ou parcialmente remoto.
  • Monitorizar e dar suporte ao bem-estar físico (ergonomia do espaço de trabalho em casa), mas sobretudo psicológico das equipas, dado o desgaste que a situação de pandemia trouxe e potenciação de doença psicológica (e.g. depressão, ansiedade, burnout).

Recrutamento:

  • Com o aumento de oportunidades de trabalho 100% remotas, haverá uma tendência para a globalização do local de trabalho e o acesso por parte de empresas internacionais a pools de talento às quais não tinham acesso até então (e.g. empresas norte-americanas a contratar talento português).
  • O employer branding tornar-se-á ainda mais relevante e terá de ser revisto para que as empresas foquem no que realmente as torna diferenciadoras num ambiente de trabalho que passou do físico ao digital.

Contratos e compensação:

  • Com o aumento da globalização do trabalho, assistiremos a uma tendência de inflação nos salários nacionais, em particular nas empresas do setor tecnológico, de forma a conseguir fazer face à competição crescente com mercados cujo salário é mais elevado.
  • As modalidades contratuais terão de ser revistas para contemplar tanto o modelo híbrido como o modelo 100% remoto (condições de trabalho, material, tempo mandatório de permanência em território nacional, etc.).

As empresas que já estejam focadas nos tópicos mencionados e encontrem soluções adequadas à sua tipologia terão vantagem na contratação e retenção de talento e, por conseguinte, no êxito global da empresa, pois as empresas são feitas de pessoas e a digitalização do local de trabalho veio para ficar.

*HR Manager Rows.

  • Vânia Pinto Correia

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