Todas as escolas vão fechar a partir desta sexta-feira
A ministra da Saúde confirmou na RTP3 a possibilidade de um encerramento total das escolas. Fonte do Governo garantiu à Lusa que os estabelecimentos de ensino devem fechar já a partir de sexta-feira.
A ministra de Estado e da Presidência e a ministra da Saúde reuniram-se esta quinta-feira com os peritos habitualmente auscultados nas reuniões do Infarmed para uma avaliação da situação epidemiológica. A reunião, a que mais tarde se juntou o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, serviu para preparar o Conselho de Ministros desta quinta-feira.
Depois da reunião, numa entrevista à RTP3, a ministra da Saúde, Marta Temido, confirmou que o encerramento total das escolas é um dos cenários que vai estar em cima da mesa esta quinta-feira.
“Fizemos uma reunião por Zoom para discutir as informações que os peritos que normalmente se reúnem connosco transmitiram. Trouxeram algumas alterações que, provavelmente, nos vão obrigar a tomar mais medidas”, explicou Marta Temido na Grande Entrevista na RTP3.
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As medidas, confirmou a ministra, serão discutidas em Conselho de Ministros, esta quinta-feira. Questionada pelo jornalista Vítor Gonçalves se “em cima da mesa está a possibilidade de fechar de imediato todas as escolas”, a ministra da Saúde foi clara e respondeu que “sim”.
Escolas fecham esta sexta-feira
Mais tarde, à agência Lusa, uma fonte do Governo confirmou o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino, do Básico ao Superior, com efeitos a partir de sexta-feira.
“A informação que o Governo recebeu na quarta-feira, após reunião com epidemiologistas, foi considerada muito relevante e determinante para a decisão, tendo em conta o crescimento da variante britânica do novo coronavírus em Portugal“, salientou a mesma fonte.
Com esta medida, o objetivo principal do Governo, “é isolar todo o sistema escolar”, já que, “não havendo aulas, evita-se que as pessoas sejam forçadas a sair de casa”.
“Estamos muito próximos do limite”
Este apertar do confinamento acontece numa altura em que são batidos diariamente recordes de novos casos de infeção por Covid-19. A Direção-Geral da Saúde anunciou esta quarta-feira que identificou 14.647 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando o número total de infetados para 581.605. O boletim epidemiológico indica ainda que já morreram 9.465 pessoas com a doença, mais 219 nas últimas 24 horas. Foi, até ao momento, o dia com maior aumento de casos e de mortes.
Confrontada com a situação de eventual rutura em muitos hospitais do país, a ministra da Saúde disse sentir “que estamos muito próximos do limite e, nalguma situações, estamos no limite”. Afirmou ainda que “a tendência dos números é para agravar nos próximos dias”.
Sobre a possibilidade de o Governo recorrer à figura da requisição civil dos hospitais privados para alargar os meios de resposta à pandemia, Marta Temido voltou a defender que um “acordo é preferível a uma situação de conflito”.
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro foi confrontado em Bruxelas com o cenário de um eventual encerramento das escolas, e referiu que, “obviamente, é cedo para tirar conclusões finais sobre as medidas” tomadas pelo Governo na semana passada, “porque é sabido que entre o momento em que se toma as medidas e elas produzem efeito há pelo menos duas semanas de demora”.
António Costa reiterou que, mesmo no atual contexto, tudo será feito para evitar o encerramento das escolas, apesar de se multiplicarem as vozes a defender esse cenário. “Nós não podemos tomar decisões conforme as pressões. Ainda há poucas semanas a pressão era para abrir os restaurantes mais tempo, agora a pressão é para fechar mais. Nós temos de ir tomando as decisões em função daquilo que são as realidades efetivas e qual é a dinâmica efetiva”, declarou o chefe do Governo.
Uma das vozes que veio defender esta quarta-feira o encerramento das escolas foi a de Rui Rio. O líder do PSD apelou ao Governo para que encerrasse de imediato as escolas. Na opinião do social-democrata, o confinamento atual é “muito permissivo, sendo que o funcionamento pleno das escolas é o caso mais evidente dessa permissividade”.
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Confrontado com a possibilidade de encerramento das escolas, admitida pela ministra da Saúde na RTP3, o Presidente da República disse que “é uma boa solução”. “Como imagina eu já calculava”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista ao Porto Canal, citada pelo jornal Expresso.
(Notícia atualizada pela última vez às 00h51 do dia 21 de janeiro)
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