“Lentidão da vacinação” vai travar recuperação do turismo, diz a CTP
As quebras de 60% verificadas no turismo em 2020 não deixam o setor surpreendido. Contudo, para o futuro, antecipa-se uma recuperação menos rápida do que o previsto devido à demora na vacinação.
O turismo fechou 2020 com quebras superiores a 60%, um resultado que já era esperado pelo setor. Perderam-se cerca de 17 milhões de turistas, naquele que a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) classifica como ” um ano muito difícil”. Olhando para o futuro, Francisco Calheiros acredita que não será impossível regressar aos recordes de 2019, contudo, antecipa que a recuperação será mais lenta do que o esperado devido à demora no processo de vacinação.
Os números revelados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) dão conta de 10,5 milhões de hóspedes em 2020, o equivalente a uma redução de 61,2% face a 2019, e de 26 milhões de dormidas, o número mais baixo desde 1993. “Infelizmente”, o presidente da CTP diz não estar surpreendido com estes números, que estão, aliás, “em linha com as previsões da CTP que apontava para quebras de 65% em todos os indicadores”.
“Foi um ano muito difícil para toda a cadeia de valor do turismo. Recuámos para valores de 1993. Depois de uma primeira fase da pandemia, com um confinamento em que as empresas pararam literalmente a sua atividade, o verão não nos permitiu recuperar as perdas do primeiro semestre“, diz ao ECO Francisco Calheiros, referindo o fecho dos corredores aéreos para o Reino Unido e o “sentimento de insegurança ainda muito generalizado”.
E o último trimestre também “não ajudou”, o que faz de 2020 “um ano para esquecer sob todos os pontos de vista”, diz o responsável. Daqui para a frente será necessário “trabalhar muito”, e chegar aos níveis recorde de 2019 (com 27 milhões de turistas) “seguramente que não será impossível”, mas será “muito difícil”, continua. Francisco Calheiros acredita que tudo “dependerá da evolução da pandemia e das soluções de apoio às empresas”.
Mas, apesar disso, o presidente da CTP antecipa uma recuperação menos rápida do que o esperado. “O aumento vertiginoso de mortes e novos casos de Covid-19, o agravamento das restrições à circulação das pessoas, agora com o fecho das fronteiras, e a lentidão do programa de vacinação não nos permitem antever uma recuperação tão rápida quanto desejaríamos“, diz, em declarações ao ECO.
Para Francisco Calheiros, o setor está “sempre dependente da evolução da pandemia para começar a ver a luz ao fundo do túnel”, sendo “necessário assegurar que a capacidade instalada do setor se mantenha ativa, através de um reforço das medidas de apoio do Governo”, sublinha.
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