Lucro da Caixa encolhe para 492 milhões com mais de 300 milhões para provisões

Banco liderado por Paulo Macedo registou uma quebra de 36,6% nos lucros. Provisões passaram "fatura" de 309 milhões de euros aos resultados da CGD.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou 2020 com lucros de 492 milhões de euros, uma redução de 36,6% face ao ano anterior. Quebra nos resultados é reflexo dos efeitos da pandemia do novo coronavírus que obrigou o banco público a reconhecer imparidades e a realizar provisões para crédito malparado de mais de 300 milhões de euros. “2020 não é mais um exercício, é um ano pesadamente marcado pela pandemia”, diz Rui Vilar, chairman da CGD.

Os resultados do banco acabaram por ser menos negativos do que o que apontavam as contas referentes aos primeiros nove meses, quando a quebra ascendia a 39%. E se considerados apenas os resultados recorrentes, as contas acabariam por ser bem menos negativas na comparação com os números de 2019.

Sem efeitos não recorrentes de 2020, como os ganhos atuariais nas responsabilidades com benefícios pós-emprego (fundo de pensões e plano médico), e os de 2019, ano em que a CGD vendeu o banco na África do Sul e Espanha, o resultado líquido teria sido de 450 milhões de euros, uma redução de 28,8%.

O produto global da atividade ascendeu a 1.626 milhões de euros, uma quebra de 13,2%, isto num ano em que a margem financeira da instituição financeira nacional a encolher 106,3 milhões de euros (-9,4%). Esta quebra acontece num contexto de juros em mínimos históricos, isto apesar do crescimento da concessão de crédito tanto para empresas como para as famílias, mas também os rendimentos com comissões que registaram um aumento marginal (+0,1%).

Provisões avultadas, rácios sólidos

2020 pesou na atividade da CGD, assistindo-se à deterioração de vários indicadores. Mas o principal impacto nas contas do banco liderado por Paulo Macedo foram mesmo as imparidades de crédito e as provisões para garantias bancárias. Passaram uma “fatura” de 309 milhões de euros aos resultados.

Esta atuação preventiva por parte da gestão do banco — a cobertura específica de malparado foi reforçada para 63,1% — permitiu à CGD apresentar, no final de 2020, um rácio de non-performing loans (NPL) líquido de imparidades totais de 0,1%. Assim, no final do ano passado o banco estatal apresentar um rácio de NPL menor: 3,9%.

Ao mesmo tempo que revela uma maior proteção perante o risco do malparado, numa altura em que o setor regista um número elevado de moratórias de crédito, a CGD mostra-se também mais preparada para enfrentar o contexto macroeconómico adverso criado pela pandemia. Os rácios de capital estão mais elevados. Os rácios fully implemented CET 1, Tier 1 e Total situaram-se em 18,3%, 19,5% e 20,9%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 17h21 com mais informação)

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