Lucro da Caixa recua 39% para 392 milhões até setembro

Banco público colocou de lado 220 milhões de euros para fazer face ao impacto da pandemia, o que levou os resultados líquidos a recuarem quase 40% nos primeiros nove meses do ano.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) viu o lucro cair 39% para 392 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um resultado explicado em grande medida pelo registo de imparidades e provisões no valor de 220 milhões para fazer face à crise pandémica.

Os resultados do banco público foram ainda influenciado pelo resultado extraordinário de 50,5 milhões de euros (depois de impostos) decorrentes de ganhos atuariais nas responsabilidades com benefícios pós-emprego (fundo de pensões e plano médico). Por outro lado, há um ano, a CGD contou com um ganho recorrente de 159 milhões com a venda do banco na África do Sul e Espanha e que agora não contabilizou.

Sem estes efeitos não recorrentes, o lucro da Caixa foi de 341,8 milhões de euros, que compara com 481,4 milhões de euros gerados no período homólogo de 2019, correspondendo a uma redução homóloga de 29,0%.

Do ponto de vista operacional, a margem financeira alargada contraiu 10% para 783,7 milhões de euros, com os rendimentos com comissões a caírem 4,2% para 451,9 milhões de euros. O produto global da atividade cedeu 12% para 1,23 mil milhões de euros.

Os custos de estrutura decorrentes também registaram um decréscimo de 10% para 620,9 milhões de euros, o que permitiu mitigar a descida nas receitas. “Esta evolução positiva foi especialmente significativa na diminuição de 47,7 milhões de euros dos custos com pessoal (-11,0%)”, refere o banco.

Do lado do balanço, o banco registou um aumento dos recursos de clientes na ordem dos 9% para um total de 70.617 milhões de euros.

Quanto ao crédito a clientes, o stock totaliza os 49.179 milhões de euros, uma descida de 1,8% face a setembro de 2019. Em Portugal, todavia, o banco registou um “crescimento expressivo” no crédito a empresas e negócios, excluindo construção e imobiliário, à boleia das linhas Covid disponibilizadas pelo Governo — a Caixa contratou 1.000 milhões ao abrigo destas linhas até outubro.

Em relação à qualidade dos ativos, a CGD destaca a redução de mais de 8.000 milhões de euros no montante de malparado desde dezembro de 2016. O banco chegou a setembro com um rácio NPL (non performing loan) de 4,2% (contra os 15,2% em 2016).

O banco diz ainda que cumpre com “ampla margem os requisitos de capital”, com um rácio total de 19,8%.

(Notícia atualizada às 17h08)

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