INE recebeu 53 mil candidaturas para trabalhar nos Censos. Queria 11 mil
Recrutamento do INE para os Censos excede largamente o total de recenseadores necessários. Candidaturas para a maior operação estatística nacional são praticamente cinco vezes as vagas disponíveis.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai, este ano, realizar o XVI Recenseamento Geral da População e VI Recenseamento Geral da Habitação. É a maior operação estatística nacional, pelo que precisa de mais recursos humanos, muitos mais. Queria 11 mil recenseadores para os Censos 2021, mas a adesão, mesmo em tempos de Covid-19, é avassaladora: já conta com mais de 50 mil candidaturas.
“O número de candidaturas a recenseador é de cerca de 53.700 candidaturas distribuídas pelos 308 municípios do país”, dados referentes a 18 de fevereiro, diz fonte oficial do INE ao ECO. Número tem vindo a crescer de dia para dia, sendo que há muito que superou aquela que era uma meta de contratação já de si expressiva.
A dimensão desta operação estatística “implica o recrutamento de cerca de 11.000 recenseadores dispersos por todo o país”, explica o INE no seu site. E prestes a chegar ao fim o prazo de candidaturas — este domingo, 21 de fevereiro –, o número total de interessados em trabalhar nos Censos é de praticamente cinco vezes o pretendido.
O número de candidaturas a recenseador é de cerca de 53.700 candidaturas distribuídas pelos 308 municípios do país.
Mesmo tendo um elevado número de candidatos, o INE alerta que a “distribuição a nível regional não é uniforme, havendo regiões com mais candidatos que outras e que refletem a própria distribuição da população residente”. Explica que “nos municípios mais populosos também são necessários mais recenseadores”.
Há Covid-19, mas há um plano de contingência
Esta “corrida” às vagas do INE acontece apesar do contexto pandémico. Tendo em conta a Covid-19, e exigindo o trabalho dos recenseadores a proximidade com os cidadãos, seria de esperar algum receio, afastando candidatos.
Estes recenseadores serão responsáveis pela “distribuição de cartas com códigos para acesso a resposta por internet, por assegurar a totalidade das respostas, por prestar todos os esclarecimentos necessários às famílias sobre a resposta aos Censos”, bem como por “recolher e registar as respostas em alojamentos que não respondem pela internet e proceder à validação da informação recolhida, de acordo com as orientações recebidas”.
Há Covid-19, mas também a garantia de cumprimento de um plano de contingência para esta situação de crise sanitária, o que, a julgar pelas candidaturas registadas, terá sido suficiente para estas dezenas de milhares de candidatos.
O INE assegura “a observação de um rigoroso protocolo de segurança de saúde pública ao abrigo das regras emanadas pelas autoridades de saúde, uma estratégia que reforça a opção pela recolha de informação através da internet e o apoio à população através de uma linha telefónica, com possibilidade da resposta telefónica dirigida essencialmente a grupos da população com maior dificuldade na resposta pela Internet ou impedidos de contacto presencial, nomeadamente por razões de saúde pública”, sublinha.
Salário? 1.500 euros (brutos) em mês e meio
Perante esta “corrida” aos Censos, o INE não terá dificuldade em conseguir os 11 mil de que necessita, embora alguns possam não passar nos critérios de admissão do instituto. Os candidatos deverão ter habilitações académicas ao nível do 12.º ano, preferencialmente, mas também ter competências ao nível da microinformática e da utilização das TIC, e um smartphone ou tablet ligado à internet.
O INE pede ainda, além da capacidade para estabelecer contactos interpessoais, que os recenseadores tenham, disponibilidade para realizar os Censos 2021 durante a semana, a tempo parcial, e aos fins de semana. Isto durante um período que deverá demorar cerca de seis semanas, acenando com uma remuneração bruta em torno dos 1.500 euros.
“A retribuição de cada recenseador irá variar em função do seu desempenho”, podendo “um recenseador com 600 alojamentos atribuídos e que termine o seu trabalho em seis semanas receber, em média, 1.500 euros”, explica o INE.
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