Vestuário e têxtil europeus com quebras de 30% e 15% em 2020

  • Lusa
  • 11 Março 2021

Os setores europeus do vestuário e do têxtil registaram, o ano passado, uma quebra de atividade de 30% e 15% e os primeiros dados de 2021 “não são animadores”, avança a Euratex.

Os setores europeus do vestuário e do têxtil terão registado em 2020 uma quebra de atividade de 30% e 15%, respetivamente, e os primeiros dados de 2021 “não são animadores”, segundo a confederação europeia Euratex.

Esta informação foi transmitida pela Euratex ao ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, numa reunião realizada ao final da tarde de quarta-feira para discutir as prioridades do setor no contexto da Estratégia Europeia do Têxtil, numa iniciativa da Comissão Europeia no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho Europeu.

No encontro, no qual participaram também a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) e a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV), a Euratex alertou para o impacto da crise pandémica no setor, que foi “um dos mais afetados, apenas com o turismo a ultrapassá-lo”, destacando que “as empresas estão a enfrentar graves problemas de liquidez, falta de procura (devido ao encerramento do comércio) e disrupções na cadeia de fornecimento”.

Segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira pelas associações nacionais, na reunião foi reforçada “a necessidade de medidas que apoiem as empresas no curto prazo, de forma a que possam sobreviver a esta crise, apoiando-as em termos de tesouraria, em especial às PME [pequenas e médias empresas], que têm vindo a enfrentar maiores dificuldades no acesso a financiamento por parte dos bancos”.

Também destacada foi “a importância de reabrir a economia o mais rapidamente possível, para prevenir ainda mais perdas”, de “promover a livre circulação e um mercado único sem barreiras”, assim como de “evitar que outras barreiras sejam criadas a nível legislativo ou regulamentar”.

Ainda defendida foi a “necessidade de apoiar (temporariamente) uma maior flexibilidade na legislação laboral, bem como dinamizar a procura através por exemplo de compras públicas”.

Em cima da mesa do encontro com Siza Vieira estiveram também os “interesses estratégicos a médio e longo prazo” para o setor têxtil e vestuário europeu.

A este nível, os intervenientes reclamaram “uma efetiva aplicação do ‘level playing field’, com maior controlo nas alfândegas, para que produtos importados na Europa cumpram exatamente com os mesmos requisitos dos produzidos pelas empresas europeias, promovendo uma concorrência mais justa”.

A necessidade de promover uma cadeia de valor integrada na região ‘pan euro mediterrânica’ foi outra das prioridades apontadas, sendo para isso necessário “avançar com a aplicação da Convenção Pan Euro Med”.

“Continuar a apostar na inovação e digitalização, mas apoiando as PME nestes grandes desafios”, “promover o desenvolvimento de novas matérias-primas, mais sustentáveis, no contexto europeu” e a importância de os temas da economia circular e da sustentabilidade nortearem as políticas futuras, mas com uma simultânea promoção da competitividade das empresas europeias, foram outros dos temas debatidos.

“É imperioso continuar a apostar nos programas de formação e educação, modernizando-os e adaptando-os às necessidades das empresas do setor, para promover e renovar as competências dos trabalhadores do setor e integrar novas competências para dar resposta aos desafios emergentes”, defendem as associações.

Também reclamada foi a manutenção da aposta no acesso aos mercados terceiros, “promovendo a participação das empresas europeias nos mercados globais”.

De acordo com a ATP e a ANIVEC/APIV, “o ministro da Economia foi bastante recetivo aos argumentos apresentados, mostrando interesse em apoiar as prioridades do setor e em continuar este diálogo com as associações”.

Segundo adiantam, Pedro Siza Vieira “afirmou ainda que algumas destas medidas poderão ser apoiadas no contexto dos diferentes programas que estão a ser preparados no âmbito das medidas comunitárias de recuperação da economia ‘Next Generation EU’, como é o caso, em Portugal, do Plano de Recuperação e Resiliência”.

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