Stilwell pode receber até 1,44 milhões por ano como CEO. E um bónus em ações da EDP
Além de um salário base, Miguel Stilwell poderá, se alcançar os objetivos, receber um bónus anual de 80% do rendimento fixo. E no final do triénio, pode receber ações da EDP como bónus.
Miguel Stilwell assumiu a liderança da EDP de forma interina após a suspensão judicial de funções de António Mexia. Foi, depois, promovido a CEO da elétrica nacional, cargo que traz consigo um salário mais avultado. De base, de acordo com a proposta apresentada pela Comissão de Vencimentos do Conselho Geral de Supervisão a ser votada na assembleia geral da empresa, a 14 de abril, o vencimento será de 800 mil euros. O valor final pode ser bem superior.
A proposta a ser votada pelos acionistas da elétrica revela que Stilwell deverá auferir um vencimento base, pago em 14 prestações anuais, de 800 mil euros brutos. A “remuneração base anual dos demais membros do Conselho de Administração Executiva” será de 560 mil euros anuais, valor que será pago a Rui Teixeira, Miguel Setas e Vera Pinto Pereira e Ana Paula Marques.
“A remuneração base dos membro do CAE deve estar alinhada com a remuneração base praticada por um conjunto de empresas comparáveis com a EDP, do mercado nacional (Índice PSI-20) e do setor elétrico internacional, em termos e dimensão, capitalização bolsista, perfil de risco, relevância e implantação geográfica”, refere a proposta enviada À CMVM.
Estes valores base devem ponderar, “a todo o tempo, a complexidade das funções exercidas as condições remuneratórias dos trabalhadores da EDP e o não incremento do gap remuneratório médio do mercado entre trabalhadores e administradores“, acrescenta a Comissão de Vencimentos do Conselho Geral de Supervisão.
O valor proposto para Stilwell e restantes membros do CAE não irá agravar o gap remuneratório, apesar de também não apontar no sentido da redução do mesmo. E o diferencial entre vencimentos só é tido em conta na comparação com o valor base, mas há prémios que podem fazer disparar a remuneração total dos responsáveis máximos pela elétrica.
A proposta refere que no caso de Stilwell, a remuneração variável máxima anual não poderá ser superior a 80% da remuneração base”, ou seja, nunca poderá superar os 640 mil euros brutos.
Assumindo que o novo CEO alcança os objetivos definidos para a atribuição deste prémio máximo, a remuneração de Stilwell poderá ascender a 1,44 milhões de euros anuais, em termos brutos. Em 2020, recebeu 660 mil de remuneração fixa, mais 391 mil euros de remuneração variável, referente a 2019. Além disso, auferiu um prémio plurianal de 514 mil euros. Foram, ao todo, mais de 1,5 milhões.
Para voltar a arrecadar um “cheque” de mais de um milhão de euros, a Comissão de Vencimentos do Conselho Geral de Supervisão define uma série de objetivos, quantitativos e qualitativos.
Do lado dos quantitativos, que representam 80% dos critérios, encontra-se o crescimento dos lucros, a remuneração acionista, a solidez do balanço, a eficiência operacional e também indicadores de sustentabilidade. A parte qualitativa, que representa os restantes 20%, refere-se à implementação do plano de negócios desse ano, à gestão de equipas, ao trabalho de equipa e à gestão dos diferentes stakeholders.
Só no caso de alcançar 110% dos objetivos fixados é que Stilwell recebe este prémio anual equivalente a 80% da remuneração fixa, sendo que o “pagamento do prémio de desempenho anual é parcialmente diferido em 30% do seu valor ao longo de dois anos, com o pagamento a ser efetuado em 50% em cada ano”, refere o documento enviado à CMVM.
E ainda pode receber ações da EDP
Além do rendimento base e do prémio anual, há ainda uma componente plurianual, apurada após o período trienal para o qual Stilwell e a restante administração são eleitos. E esta será paga “em ações da EDP”, que estão a cotar nos 4,81 euros, cada, atualmente.
Ações da EDP na bolsa de Lisboa
“O número de ações a atribuir a cada membro do CAE será a que resulte do quociente entre o valor da remuneração apurado como devendo ser pago em ações da EDP após avaliação de desempenho, e o preço de atribuição de ações da EDP correspondentes à média da cotação das ações da EDP no último mês anterior à reunião da Assembleia Geral de Acionistas que aprove esta política de remunerações”.
Esta remuneração “variável plurianual” tem, contudo, um teto máximo que corresponde “a 145% da remuneração base total auferida no período plurianual de referência de desempenho”. Só atingirá este teto caso o desempenho registado atingir mais de 110% dos objetivos fixados”, sendo que o pagamento desta fica “condicionado à permanência dos membros do CAE em funções até ao termo do período trienal de desempenho relevante”.
Segundo os dados do relatório e contas da EDP, António Mexia, o anterior presidente executivo da EDP, recebeu 970 mil euros em 2020 de remuneração fixa, a que se adicionaram 554 mil euros relativos à remuneração variável referente a 2019. Mexia, cujo mandato foi suspenso por determinação do juiz Carlos Alexandre, embolsou ainda 848 mil euros referentes à remuneração variável plurianual relativa à avaliação de desempenho para o período 2015-2017.
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