Produção industrial da China sobe 35% nos dois primeiros meses do ano
A recuperação da produção industrial na China começou em abril do ano passado e, desde então, este dado não registou nenhuma leitura homóloga inferior ao mês anterior.
A produção industrial da China cresceu 35,1%, em termos homólogos, em janeiro e fevereiro, ilustrando a normalização da atividade económica do país, face às medidas de prevenção contra a Covid-19 adotadas há um ano.
Este avanço atípico, divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, deve-se ao facto de a comparação ser feita com os primeiros dois meses de 2020, quando a produção industrial da China afundou 13,5%, devido ao impacto da pandemia da Covid-19.
A cifra ultrapassa a previsão dos analistas, que esperavam uma recuperação em torno de 30%.
O GNE também comparou os dados com os primeiros dois meses de 2019, para excluir os efeitos da pandemia, o que revelou um avanço de 16,9%.
A consultora Capital Economics destaca que a procura do exterior foi um fator favorável, assim como as restrições nas viagens internas, durante o Ano Novo lunar, o que permitiu que as fábricas permanecessem abertas.
A recuperação da produção industrial na China começou em abril do ano passado e, desde então, este dado não registou nenhuma leitura homóloga inferior ao mês anterior.
Segundo os dados do GNE, a produção cresceu mais nas empresas privadas (43,8%) do que nas empresas públicas (23%).
A produção industrial é utilizada na China para medir a atividade de grandes empresas com um faturamento anual de pelo menos 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).
Entre as três principais categorias em que o GNE divide este indicador, destaca-se o crescimento da indústria transformadora (39,5%), seguida da indústria de produção e abastecimento de eletricidade, gás, aquecimento e água (19,8%) e da mineradora (17,5%).
O fabrico de equipamentos e ferramentas cresceu 59,9% e de alta tecnologia 49,2%.
O GNE também divulgou os dados do setor retalhista, cujas vendas aumentaram 33,8%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
A taxa de desemprego, uma das principais preocupações de Pequim após a pandemia, fixou-se em 5,5%.
Embora o GNE reconheça que as taxas de crescimento são muito altas devido ao efeito da comparação com o período de retração da atividade no ano passado, o organismo apontou que os “principais indicadores cresceram de forma constante e os indicadores macroeconómicos permaneceram dentro de uma faixa razoável”.
A Capital Economics espera que a atividade permaneça robusta a curto prazo, principalmente com a redução das medidas de prevenção contra a Covid-19 – a China não regista nenhum caso por contágio local desde 15 de fevereiro -, o que impulsionará o consumo.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Produção industrial da China sobe 35% nos dois primeiros meses do ano
{{ noCommentsLabel }}