Renegociar a dívida? “É deitar gasolina na fogueira”
Pedro Passos Coelho diz que falar da renegociação da dívida portuguesa na situação atual, em que os juros da dívida portuguesa estão acima da fasquia dos 4%, é perigoso.
Falar da renegociação da dívida portuguesa na situação atual, quando Portugal paga juros elevados para se financiar, é “deitar gasolina em cima da fogueira”, diz Pedro Passos Coelho. E prejudica a economia nacional.
“Se estamos a pagar mais caro para nos financiarmos, é natural que os investidores comecem a ver crescer alguma desconfiança quanto à nossa capacidade de pagar“, começou por explicar o presidente do PSD após a apresentação de Fernando Mendes enquanto candidato social-democrata nas eleições à Câmara Municipal de Arouca.
"O importante era o Governo parar com essa conversa e pedir aos partidos que o apoiam que parem também, porque isso vai prejudicar toda a economia portuguesa.”
“Se a isso se juntar uma conversa do próprio Governo e dos partidos que o apoiam à volta da renegociação da divida, isso é deitar gasolina em cima de uma fogueira“, concluiu.
“Essa é a bordagem não apenas mais inútil, mas também a mais perigosa de todas”, realçou, defendendo que “o importante era o Governo parar com essa conversa e pedir aos partidos que o apoiam que parem também, porque isso vai prejudicar toda a economia portuguesa“.
Juros da dívida a dez anos em máximos de 2014
Pedro Passos Coelho sustenta a sua posição no argumento de que “Portugal foi o país em que o custo da divida mais aumentou“.
“Ao contrário do que se passa noutros países, Portugal paga para se financiar muito mais do que a generalidade dos outros países que têm a mesma moeda e beneficiam da mesma conjuntura económica externa”, afirmou.
“Em 2015, nós já tínhamos conseguido ter, pela primeira vez, um decréscimo do rácio da divida e em 2016 voltou a agravar-se essa situação, o que, associado a um conjunto de medidas que tem sido tomado pelo Governo, tem gerado desconfiança nos mercados”, declarou.
Para o PSD, a estabilidade económica do país e da própria Europa também não sai beneficiada de iniciativas como o encontro que hoje reuniu em Lisboa chefes de Estado e de Governo dos países no sul da Europa.
“Não me parece ser muito positivo (…) nem a abordagem mais construtiva”, comentou, acrescentando: “Do que precisamos na União Europeia não é de estar a fragmentar o espaço europeu reunindo os países do sul de um lado, os do norte do outro, etc.”.
“Numa altura como aquela que estamos a viver, com tantas transformações a ocorrer, quer com os Estados Unidos, quer com a saída programada do Reino Unido da União Europeia, o que precisamos é de coesão dentro da Europa – não de reunir grupos e grupinhos”, defendeu Passos Coelho.
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