Eike Batista vai entregar-se à Justiça brasileira
Eike Batista é procurado pela Polícia Federal brasileira, acusado de ter subornado um antigo governador do Rio de Janeiro, com perto de cinco milhões de euros.
Chegou a ser um dos dez homens mais ricos do mundo. Hoje, é investigado por crimes financeiros, está envolvido na operação Lava Jato, perdeu a maioria da sua riqueza e é considerado pela Polícia Federal brasileira como um fugitivo. Mas Eike Batista está de regresso ao Brasil: o antigo magnata diz que vai responder à Justiça brasileira.
A história é contada, esta segunda-feira, pela imprensa brasileira. Eike Batista foi encontrado pela TV Globo no aeroporto JFK, em Nova Iorque, onde se preparava para embarcar para o Rio de Janeiro. No caminho para o local de embarque, o empresário concedeu uma curta entrevista à televisão brasileira: “Estou voltando, vou responder à Justiça, como é o meu dever“.
"Está na hora de passar as coisas a limpo.”
“Meu sentimento é que tem que se mostrar o que é. Está na hora de passar as coisas a limpo”, disse ainda, acrescentando que nunca pensou em fugir para a Alemanha (Eike Batista é filho de uma alemã e tem dupla nacionalidade).
As declarações do empresário surgem depois de, a 26 de janeiro, a Polícia Federal brasileira ter avançado com a Operação Eficiência, na qual Eike Batista era o principal alvo. Contudo, Batista estava fora do país e foi considerado foragido, ainda que os seus advogados tenham negado que ele tivesse fugido, conta a Folha de São Paulo.
Em 2013, Eike Batista era o dono do Grupo X (constituído, entre outras, pela empresa petrolífera OGX) e, com uma fortuna avaliada em 34 mil milhões de dólares, fazia parte do ranking da Forbes dos dez homens mais ricos do mundo. Poucos anos depois, era acusado de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas e chegou a ver os carros apreendidos.
Hoje, está envolvido no processo Lava Jato, nome que foi dado a uma investigação a um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro, que envolve políticos e gigantes como a petrolífera Petrobras ou as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Segundo as denúncias feitas por dois outros envolvidos na operação Lava Jato, Eike Batista pagou 16,5 milhões de reais (mais de 4,8 milhões de euros) para subornar Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, que agora está preso. O empresário terá simulado a compra e venda de uma mina de ouro.
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