Portugal acaba com benefícios dos híbridos. “Estamos a pressionar Bruxelas”, diz a Porsche
"É importante ter estes apoios governamentais para híbridos para forçar a eletrificação", diz Oliver Blume, CEO da Porsche. Portugal acabou com os incentivos, mas a marca está a pressionar Bruxelas.
A Porsche vende cada vez mais automóveis. E cada vez mais a aposta dos consumidores da fabricante de veículos desportivos recai sobre os modelos híbridos. É uma realidade especialmente na Europa, mas também em Portugal, que agora deixou de atribuir benefícios fiscais a motores com esta componente elétrica. Oliver Blume, CEO da marca, diz que está a pressionar Bruxelas para que haja este tipo de apoios, fundamentais para acelerar a transição energética.
No Orçamento do Estado para 2021, o Governo acabou com o regime fiscal dos híbridos, que até aqui tinham um desconto de 40% no imposto sobre veículos (ISV). Híbridos e híbridos plug-in, que até agora apresentavam valores bem mais em conta que modelos de cilindrada comparável puramente a combustão, ficaram automaticamente mais caros, travando as vendas num mercado já de si castigado pelos efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
A medida tem sido alvo de críticas de praticamente todo o setor, sendo também censurada pela Porsche, marca que tem conseguido contraria a tendência negativa. O CEO da Porsche, instado a comentar a decisão de Portugal, deixa críticas a decisões como esta. “É importante ter estes apoios governamentais para híbridos para forçar a eletrificação”, diz em resposta ao ECO durante a conferência de imprensa após a apresentação das contas de 2020.
“No final da década, os 100% elétricos vão ter vantagem face aos híbridos, mas por agora os híbridos são importantes” para reduzir as emissões de CO2, atira Oliver Blume. Neste sentido, e perante decisões como as que Portugal tomou de acabar com a vantagem fiscal para modelos que, apesar de terem cilindradas elevadas, poluem menos, diz que a Porsche vai “pressionar Bruxelas” para que sejam dados incentivos à compra destes veículos.
Em Portugal, os híbridos têm grande peso nas vendas da Porsche. Em Portugal e Espanha, onde foram vendidos mais de 3.000 veículos da marca, 45% deles foram híbridos. “90% dos Porsche Cayenne e Panamera vendidos no mercado português são híbridos”, revela a fabricante, salientando também o sucesso da marca no negócio dos 100% elétricos, com a estreia do Taycan a alcançar mais de uma centena de unidades em Portugal.
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