BRANDS' TRABALHO Ética, cultura organizacional e responsabilidade social

  • PESSOAS + EY
  • 5 Abril 2021

Edivaldo João, Consultant EY, People Advisory Services, explica em que medida estes três conceitos se interligam e a sua importância nas organizações em contextos de crise.

Um dos temas que tem vindo a ganhar interesse dentro contexto organizacional e social, principalmente nos últimos tempos, é a temática da ética organizacional, sobretudo nestes períodos de crises sociais e económicas generalizadas.

A ética, enquanto avaliação teórica dos princípios que regem as escolhas práticas, ganha relevância no âmbito organizacional na medida que as organizações existem em comunidade, competem em comunidade e sobrevivem em comunidade. Por outras palavras, a ética justifica-se porque as organizações se relacionam com outras entidades (atores) e, nesta medida surge a necessidade de existir um conjunto de valores (práticas) éticos que orientem o comportamento das organizações no relacionamento com todos os seus stakeholders (partes interessadas no negócio da empresa).

"Ética e cultura organizacional são dois elementos que estão ligados, pois, é através da cultura organizacional que a ética se manifesta nas organizações e é através dela que a ética ganha sentido. ”

Edivaldo João

Consultant EY, People Advisory Services

A ética, em si, é essencial para o negócio, pois, influencia direta ou indiretamente a reputação e confiança na organização, interna e externamente. Tomemos como exemplo o caso da multinacional alemã Volkswagen (caso dieselgate de 2015). O caso dieselgate foi um escândalo que envolveu várias técnicas fraudulentas usadas pela Volkswagen, de 2009 a 2015, para reduzir as emissões de dióxido de carbono e óxido de nitrogénio de alguns dos seus motores a diesel e gasolina nos testes regulatórios de poluentes. Como consequência, a empresa viu o seu nome manchado no mercado nacional e internacional, bem como foi alvo de penalizações acima dos 30 mil milhões de euros até 2020. A atuação não ética, por parte das organizações, podem trazer consequências gravíssimas e muitas vezes irreparáveis.

Relativamente à cultura organizacional, Robbins (2001) define-a como “perceções partilhadas pelos membros de uma organização “. Greenberg (2000) define cultura organizacional como “aspetos cognitivos, tais como atitudes, valores, normas de comportamento, e expectativas partilhadas pelos membros de uma organização”. De forma resumida, com base nestas definições, podemos concluir que a cultura organizacional é um conjunto de vários elementos partilhados pelos membros de uma determinada organização e que definem a forma como estes indivíduos interagem entre si e com os seus parceiros de negócio.

As culturas organizacionais podem ser caracterizadas por cultura organizacional forte (incorporada pela maior parte dos colaboradores) ou fraca (incorporada por uma parte insignificante dos colaboradores). Contudo, é importante alertar que nem sempre uma cultura organizacional forte é necessariamente uma cultura organizacional positiva, pois, em certas medidas, estas podem estar carregadas de práticas que não são éticas. Ética e cultura organizacional são dois elementos que estão ligados, pois, é através da cultura organizacional que a ética se manifesta nas organizações e é através dela que a ética ganha sentido. Quando as regras estão claras e bem estabelecidas, a conduta padrão e a identidade organizacional também tendem a ser fortalecidas. Além disso, é mais claro determinar como agir diante das irregularidades, definindo os traços da cultura organizacional da Empresa.

Por fim, resta ligar a responsabilidade social aos dois temas já referenciados. Uma organização ética é, consequentemente, uma organização socialmente responsável, o contrário não é possível. A responsabilidade social é uma consequência ética que resulta da forma como as organizações olham para todos os seus parceiros.

Concluindo, épocas de crise, como a que estamos a viver, devido à pandemia da Covid-19, são caracterizadas por trazerem grandes desafios às organizações nas questões de ética organizacional, responsabilidade social e cultura organizacional.

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