Aumento de 10% na importação de produtos Covid revela urgência em reduzir dependência estratégica da economia europeia

Máscaras, desinfetantes, produtos de esterilização, veículos médicos e material de testagem são alguns dos produtos analisados pelo Eurostat. Improtações cresceram 10%, exportações apenas 6%.

A pandemia de Covid-19 chegou à Europa no início do ano de 2020. Fruto das medidas preventivas adotadas pelos governos europeus, foram necessárias máscaras, desinfetantes, ventiladores para combater o SARS-CoV-2. A importação deste tipo de produtos de países fora da União Europeia (UE) aumentou 10% em 2020 e a exportação para fora da UE cresceu 6%, segundo os dados do Eurostat.

“Em 2020, as importações extra-UE de produtos relacionados com a Covid-19 aumentaram 10% e as exportações 6% em comparação com 2019. Em contraste, o comércio de “outros produtos semelhantes” caiu 4% para as importações e 7% para as exportações“, lê-se no comunicado divulgado esta terça-feira pelo gabinete estatístico europeu. Este défice comercial fez soar os sinais de alarme, até porque no início da pandemia houve dificuldades em obter alguns materiais como as máscaras. O discurso comunitário afinou na necessidade de reduzir a dependência das importações extra-UE, nomeadamente num setor tão sensível como a saúde. No Conselho de Competitividade, que se realizou em março, houve, precisamente, um “debate importante” sobre a redução da dependência estratégica da economia europeia.

Para a elaboração deste estudo, o Eurostat baseou-se em dados publicados recentemente sobre o comércio internacional de mercadorias e focou-se nos produtos que são indicados pela Comissão Europeia ou pela Organização Mundial de Saúde para combater a pandemia. Integram esta lista máscaras, desinfetantes, produtos de esterilização, veículos e equipamentos médicos, material de testagem, oxigénio, entre outros.

O crescimento do comércio destes produtos foi mais sentido no primeiro semestre do ano (de notar que a pandemia chegou à Europa no primeiro trimestre) que no segundo. Igualmente, a queda no comércio de produtos médicos semelhantes, não usados diretamente na luta contra a pandemia, foi maior no primeiro semestre ” refletindo a interrupção do comércio de bens devido aos primeiros confinamentos”.

As importações destes produtos aumentaram em todas as categorias, enquanto as exportações diminuíram em algumas. Foi ao nível do vestuário de proteção e equipamentos de oxigénio que houve um maior aumento das importações (40% e 39% respetivamente). Já nas exportações, os produtos de esterilização e material de testagem registaram os aumentos mais significativos (16% e 15% respetivamente) e os veículos médicos registaram a maior queda (-11%).

O gabinete ressalva ainda que a maioria dos produtos relacionados com a Covid-19 não são facilmente identificados e estão também agrupados com produtos não específicos para o vírus. Ainda assim, foi possível identificar as tendências anunciadas.

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