Capital dedicado a resseguro cresceu 7% em 2020. Dividendos superam lucros

  • ECO Seguros
  • 15 Abril 2021

A robustez do capital dedicado ao resseguro global beneficiou da rentabilidade do investimento na 2ª metade do ano, revela análise da Willis Re. Quanto a crescer em prémios destaca-se a Arch Capital.

O capital dedicado ao resseguro global ascendia a 658 mil milhões de dólares (cerca de 552,9 mil milhões de euros) no final de 2020, evidenciando acréscimo de 6,9% face ao ano anterior, estima a Willis Re em relatório intercalar sobre o tema.

Evidenciando uma solidez “que dificilmente poderia ser antecipada há um ano”, quando o ritmo de propagação da pandemia acelerava pelo mundo, a melhoria da posição de capital na indústria global de resseguro beneficiou, sobretudo, da fortaleza no “mercado de investimento na segunda metade do ano” (a 30 de junho, os indicadores apontavam quebra de 3% no capital dedicado ao resseguro), explica o Reinsurance Market Report – April 2021, sustentado em dados de um índice composto por 17 resseguradoras que, em conjunto, contribuem para 80% do capital global da indústria resseguradora mundial.

De acordo com a 13ª edição do relatório que a Willis Re publica com regularidade semestral, enquanto o capital fresco (angariado por incumbentes e novos operadores) ajudou a reforçar os recursos totais, a rentabilidade dos investimentos excedeu o volume de novo investimento.

A receita gerada com prémios de resseguro aumentou 9%, beneficiando do ambiente de endurecimento de preços. A Arch Capital, com variação homóloga de 47,5%, liderou o incremento relativo no volume de prémios, seguida da WR Berkley (+20,1%) e da Renaissance Re (+18,4%). O top-5 das que mais cresceram em volume de prémios (subscrição de risco) completa-se com a Everest Re (+17,8%) e a Hannover Re (+13,1%).

No entanto, segundo mostra a análise da corretora de resseguro, por efeito das perdas por conta da Covid-19 e das catástrofes naturais, o rácio combinado do setor agravou-se para 104,1%, contra 100,6% um ano antes. Excluindo as reservas para suportar o impacto de desastres naturais, o rácio combinado passou de 94,9%, em 2019, para 91,7% no termo de 2020.

Apesar das recomendações de entidades reguladoras para maior prudência e contenção na distribuição de dividendos e operações de recompra de capital (share buy-backs), as companhias que compõem o índice do relatório distribuíram 26 mil milhões de dólares pelos acionistas do conjunto da amostra, mais do que os 23 mil milhões de dólares de lucro anual e acima dos 24 mil milhões pagos a título de dividendo em 2019.

Ainda, de acordo com o documento da Willis Re, desde 2014, o capital dedicado ao resseguro cresceu a uma taxa média anual de 5%.

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