Estados Unidos vão cortar 50% das emissões até 2030, anuncia Biden

"Estes passos vão pôr a América no caminho da neutralidade carbónica o mais tardar até 2050. Mas a verdade é que representamos menos de 15% das emissões do mundo", disse o Presidente dos EUA.

Tal como já era esperado, o presidente dos Estados Unidos abriu esta quinta-feira a Cimeira de Lideres pelo Clima 2021 com um novo compromisso da sua Administração: cortar as emissões poluentes para metade (entre 50 e 52%) já até ao final desta década.

“Os EUA estão no caminho para cortar para metade as emissões poluentes com efeito de estufa até ao fim desta década. É esse o nosso destino enquanto nação e é isso que podemos fazer se agirmos para construir uma economia mais próspera, mais saudável, mais justa e limpara para todo o planeta. Estes passos vão pôr a América no caminho da neutralidade carbónica o mais tardar até 2050. Mas a verdade é que representamos menos de 15% das emissões do mundo. Nenhuma nação pode resolver esta crise sozinha. Todos nós, sobretudo as maiores economias, temos de agir e investir num futuro descarbonizado para ganhar os empregos do amanhã e tornar as suas economias mais resilientes e competitivas. Vamos disputar esta corrida. Esta é a década decisiva para a crise climática”, disse Biden no seu discurso de abertura.

Em nome da segunda maior economia do mundo, e do maior poluidor (28% das emissões globais), o Presidente da China, Xi Jinping, anunciou que o país vai seguir “um caminho verde e de baixo carbono para o desenvolvimento económico”.

“A China vai esforçar-se para atingir o pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e atingir a neutralidade carbónica antes de 2060. Vamos fazer isso mais rápido do que seria exigido a muitos países desenvolvidos e vai exigir um enorme esforço. Vamos controlar de forma restrita os projetos a carvão, limitar o aumento do consumo de carvão e traçar uma meta para o seu fim”, disse o líder chinês.

Logo após o anúncio de Biden, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, agradeceu ao presidente americano juntar tantos líderes para falar sobre as ameaças das alterações climáticas e por arrancar a cimeira com um bom exemplo de “faz o que eu faço”.

“Aplaudo o compromisso dos EUA de cortar as emissões poluentes em 50% até 2030”, disse Guterres, sublinhando: “O mundo está em alerta vermelho, estamos à beira do abismo. Os líderes mundiais têm de agir, começando por formar uma coligação global para chegar à neutralidade carbónica a meio do século, todos os países, regiões, cidades, todas as empresas e todas as indústrias”.

Para que esta década seja de facto decisiva e de transformação, “todos os países, a começar pelos maiores emitentes de gases poluentes, têm de submeter metas nacionais mais ambiciosas para os próximos 10 anos. E temos de traduzir esses compromissos em ações concretas e imediatas”, defendeu o responsável na ONU.

E alertou: “Até agora, só 18 a 20% dos triliões de dólares necessários para a recuperação económica pós pandemia têm em vista a mitigação de emissões. Temos de pôr um preço no carbono, investir mais em energias renováveis, travar a construção de novas centrais a carvão e pôr um fim a esta energia poluente em 2030 nos países mais ricos e em 2040 em todo o mundo”.

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