EUA e Austrália tiveram conversa “hostil e tensa”
O Presidente americano e o primeiro-ministro australiano falaram ao telefone, mas a conversa não correu bem quando se começou a discutir um acordo relativo ao acolhimento de refugiados.
O novo Presidente dos Estados Unidos da América tem feito uma volta ao mundo nestes 13 dias, telefonando a quase todos os líderes mundiais para dar os primeiros cumprimentos e acertar as agulhas. Neste domingo, o telefone tocou na Austrália, mas as agulhas não ficaram nada certas.
O Washington Post divulgou esta quinta-feira que Donald Trump e Malcom Turnbull não se entenderam relativamente a um acordo assinado pela anterior Administração que ditava que os Estados Unidos iriam receber 1.250 refugiados, oriundos de um centro de detenção australiano. A informação foi avançada por um membro sénior da Administração não identificado.
Segundo este, a conversa foi “hostil e tensa”, com Trump a afirmar que “é o pior acordo de sempre”, que “ia matar” este acordo e chegou a acusar a Austrália de estar a querer exportar “os próximos bombistas de Boston”. Esta estendeu-se durante 25 minutos, durante os quais o primeiro-ministro australiano afirmou que os Estados Unidos não precisam de aceitar todos os refugiados, mas sim aplicar-lhes medidas de entrada mais brandas, apelo não ouvido pelo Presidente.
O membro da Administração sublinhou que Trump, depois dos 25 minutos, desligou o telefone sem aviso, porque “estava descontente” com a situação. A sua reação pública à conversa e ao acordo só foi tweetada ontem na sua conta oficial, apelidando este último de “acordo parvo”.
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Nesse dia, Trump falou com mais quatro líderes mundiais, o primeiro-ministro japonês Shinzō Abe, o Presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente russo Vladimir Putin, com cada uma das conversas a durar cerca de uma hora. O Presidente americano afirmou que a conversa com o australiano foi “de longe, a pior”.
Os jornalistas apressaram-se a recolher a reação do primeiro-ministro australiano que apenas afirmou que a conversa decorreu e acabou “com cortesia”, recusando-se a tecer qualquer tipo de comentário em relação a partes da conversa “que devem ser privadas”. Finalizou as suas declarações com uma garantia: “Defendo sempre a Austrália em qualquer conversa, pública ou privada.”
A relação entre os dois países tem sido muito forte até agora, não só devido ao passado histórico, mas também porque lutaram juntos contra o Iraque e o Afeganistão, apoiam-se diplomaticamente e partilham órgãos de inteligência.
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