Zurich defende contrato social reforçado com seguros saúde e proteção do rendimento
“A pandemia evidenciou a necessidade de um novo contrato social que explore quadros de proteção social mais atuais, mais adaptados ao mundo em que vivemos”, afirma o CEO da Zurich em Portugal.
Um estudo realizado pelo Grupo Zurich e a Universidade de Oxford, incluindo mais de 1000 inquéritos em Portugal, sustenta que “nenhuma parte interessada poderá lidar sozinha com os impactos de todas as mudanças e que a prosperidade das sociedades a longo prazo depende da partilha de responsabilidades entre cidadãos, governos, empregadores e fornecedores de benefícios”.
A pandemia da COVID-19 tornou “urgente a resolução de questões que podem vir a impactar os cidadãos em todo o mundo: a rápida digitalização da economia, a necessidade de formação contínua e a fragilidade de muitos sistemas nacionais de proteção social,” considera o relatório no âmbito do projeto Workforce Protection, desenvolvido pelo grupo suíço de seguros em associação com a instituição académica de Oxford.
“A responsabilidade pelo bem-estar social e económico ao longo da vida dos colaboradores das organizações deve ser partilhada entre cidadãos, governos, empregadores e, naturalmente, os seguradores. A pandemia evidenciou a necessidade de um novo contrato social que explore quadros de proteção social mais atuais, mais adaptados ao mundo em que vivemos e desenhados para as diferentes fases da vida das pessoas”, afirma António Bico, CEO da Zurich em Portugal.
Entre as principais conclusões do relatório “Definir um mundo de trabalho melhor: Argumentos para defender um novo contrato social” a seguradora salienta:
- À medida que a digitalização acelera, a pressão para a adaptação às mudanças tecnológicas é maior: Com a COVID-19 a impulsionar a digitalização, incluindo o uso da Inteligência Artificial e a automatização, aumenta também a necessidade da requalificação profissional. No entanto, o estudo global Workforce Protection mostra um desfasamento entre o nível de risco pessoal percebido pelos inquiridos e a sua vontade de tomar medidas para o enfrentar.
No caso de Portugal, a grande maioria (72%) dos inquiridos afirma que estaria disposta a fazer uma reconversão profissional, o que está significativamente acima da média da amostra (63%). Os trabalhadores portugueses em funções criativas baseadas no conhecimento são os mais empreendedores neste aspeto (74%), enquanto os trabalhadores que desempenham tarefas manuais rotineiras estão um pouco menos dispostos (69%) a abdicar do seu tempo livre para adquirir novas competências profissionais.
“Tanto os governos como os empregadores poderão desempenhar um papel fundamental na informação aos trabalhadores sobre os riscos para os seus atuais empregos e as oportunidades disponíveis”, realça a Zurich. “Para além da urgente reflexão sobre a fragilidade dos sistemas de proteção social de diversos países, nomeadamente os cuidados de saúde e pensões, é fundamental ter em conta a necessidade de implementar programas contínuos de formação e requalificação de adultos, assim como sensibilizar as pessoas sobre os riscos financeiros que enfrentam e as opções disponíveis para a gestão desses riscos”, reforça António Bico.
- A necessidade de proteção adequada está a crescer: A pandemia destacou a importância de reforçar a proteção dos profissionais que não têm empregos tradicionais, como os trabalhadores independentes, os trabalhadores com empregos temporários (gig economy) ou o trabalho a tempo parcial. Muitos deles já perderam o emprego e estão dependentes das redes de segurança social e de emergência existentes.
- Os millennials e jovens da geração Z tornar-se-ão provavelmente mais sensíveis ao risco: Antes da COVID-19 e quando comparados com profissionais mais velhos, as gerações mais jovens tinham o dobro da probabilidade de optar pelo trabalho independente como carreira. A tendência pode agora inverter-se com os profissionais mais jovens à procura de segurança e estabilidade no emprego, o que pode implicar a necessidade de repensar os quadros de proteção dos trabalhadores independentes, qualquer que seja a geração a que pertencem.
- As novas formas de parcerias público-privadas podem contribuir para aliviar a pressão sobre os governos: Os seguros relacionados com saúde, invalidez e proteção do rendimento e de dependentes, podem vir a proporcionar segurança, permitindo assim que as pessoas dediquem mais tempo a conseguir uma melhor adequação entre as suas competências e os empregos disponíveis.
O Workforce Protection é um projeto do Grupo Zurich, em parceria com a Smith School of Enterprise and the Environment da Universidade de Oxford, que a Zurich Portugal integra, e que tem como objetivo “partilhar a visão atual dos consumidores ao nível do conhecimento, atitudes e comportamentos relacionados com o mundo do trabalho”.
Em outubro de 2020, o Grupo Zurich lançou o conhecimento produzido nos últimos cinco anos através de três relatórios – o relatório principal “Definir um mundo de trabalho melhor: Argumentos para defender um novo contrato social” e dois relatórios complementares “Definir um mundo de trabalho melhor: A perspetiva do empregador” e “Definir um mundo de trabalho melhor: O caso Europeu”. As conclusões sobre a realidade em Portugal estão refletidas nos três relatórios.
As informações e conclusões dos relatórios têm como base as respostas de cerca de 19 mil profissionais de 17 países, 1 200 empresas, inquéritos de consumidores e entrevistas detalhadas com clientes empresariais da Zurich, realizadas durante a pandemia, sobre o futuro do trabalho.
O estudo contou, segundo nota, com uma amostra representativa da população ativa, através de 1 100 portugueses com idades entre os 20 e 70 anos, empregados ou desempregados há menos de três meses.
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