Prémios são “polémica perdida”. Ramalho pagou do seu bolso posição na Nani
CEO do Novo Banco admitiu que o tema dos bónus é uma "polémica perdida". Ramalho revelou que tem um investimento indireto na Nani Holdings, que detém o Novo Banco.
António Ramalho considera que o tema dos bónus à administração do Novo Banco é “polémica perdida”, mas lembrou que os prémios não foram auto atribuídos e não foram ainda pagos. O CEO do Novo Banco também revelou que recorreu às suas poupanças para adquirir uma posição indireta na Nani Holdings.
Os bónus são “uma polémica perdida. Ninguém vai concordar comigo”, começou por dizer António Ramalho esta quarta-feira na comissão de inquérito ao Novo Banco.
Em todo o caso, o presidente do Novo Banco deixou três esclarecimentos junto dos deputados em relação a este tema:
- Os prémios não foram “auto atribuídos” pois quem os decide é uma “comissão de remunerações com um inglês e dois alemães. “Ninguém se autoavalia nem auto atribui prémios”, esclareceu António Ramalho.
- Depois, trata-se de um “prémio potencial, que não será pago até ao fim da reestruturação”, que termina a 31 de dezembro deste ano, assegurou.
- Finalmente, adiantou o gestor, não havia restrições para que a administração não pudesse receber prémios logo a partir de 1 de julho de 2020, tendo sido decisão do próprio banco prolongar essa proibição até finalizado o período de reestruturação.
António Ramalho também esclareceu que não é acionista da Nani Holdings, embora detenha uma posição indireta através de uma espécie de certificados que replicam o desempenho do Novo Banco. Esse investimento foi adquirido com recurso às suas poupanças e foi permitido pelas autoridades, revelou
“Ouvi escandalizado que sou acionista da Nani Holdings. Não sou acionista da Nani Holdings. A Nani Holdings nem pode ter acionistas que não sejam a própria Lone Star. porque a Nani Holdings é uma sociedade de controlo por parte do BCE e é uma sociedade com exclusividade de investimento”, declarou António Ramalho.
O que há é “um investimento indireto no Novo Banco, que foi permitido pela Lone Star, através de uma estrutura em que o Novo Banco é controlado pela Nani e a Nani reflete aquilo que seja a performance do banco”, explicou.
Segundo adiantou, esta exposição funciona como “certificados que simulam uma ação cotada” do Novo Banco. “Não é [um investimento] substancial, não chega sequer a 1%. a performance do banco é refletida como se nós tivéssemos ações do banco. É um não material indirect investment no Novo Banco, foi uma situação definida em 2018. Foi adquirida com as minhas poupanças, poupança também ela não relevante, e foi feito disclosure junto das autoridades. As autoridades não se opuseram a que isso acontecesse”, precisou.
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