Foco deve estar em garantir reabertura das empresas, diz Mairead McGuinness

  • Lusa
  • 22 Maio 2021

As empresas que enfrentam algumas debilidades financeiras devem ter planos financeiros que “facilitem a sua reabertura”, defendeu a comissária para a Estabilidade Financeira.

A comissária para a Estabilidade Financeira, Mairead McGuinness, referiu este sábado ser de esperar alguma subida do crédito malparado, mas não de forma acentuada, e que o foco deve estar em garantir planos que facilitem a reabertura das empresas.

“Ao nível do sistema bancário o nosso foco é garantir que as empresas não fechem por causa da crise sanitária e que podem reabrir”, assinalou a comissária Mairead McGuinness, destacando que as empresas que enfrentam algumas debilidades financeiras devem ter planos financeiros que “facilitem a sua reabertura”.

Falando no final da reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia, que decorreu este sábado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Mairead McGuinness acentuou que, ainda que seja de esperar algum aumento do crédito malparado na sequência desta crise, não se pretende assistir a uma “subida dramática”, estando a Comissão a acompanhar de que forma é que a situação pode ser gerida.

Neste contexto lembrou que em dezembro a Comissão recomendou que credores e devedores que falem entre si, verificando e identificando as empresas que apresentam uma maior capacidade financeira após esta crise e as que apresentam algumas fragilidades.

Questionada sobre se vê diferenças entre os créditos malparados que surjam na sequência da atual crise e os que foram gerados por crises anteriores, a comissária precisou que “um crédito mal parado” é sempre “um crédito mal parado” e que o objetivo é evitar este tipo de situações.

Mairead McGuinness, referiu contudo, que a prioridade nesta crise é diferente de anteriores uma vez que o foco é “apoiar estas empresas que ficaram privadas de receitas durante um longo período por causa da pandemia, mas que podem sobreviver”.

“Mas se tivermos de lidar com essas situações, o que aprendemos no passado é que o sistema [bancário] foi reforçado e a última coisa que queremos ver é os balanços dos bancos fragilizados” e que por isso “restrinjam o fluxo” de crédito à economia.

Da agenda da reunião informal dos ministros das Finanças da EU /Ecofin) constaram dois painéis: um primeiro, dedicado à recuperação “verde” da economia e aos impostos ambientais, aberto pelo comissário europeu Paolo Gentiloni, e um segundo será dedicado a questões mais estruturais da recuperação, apresentado pelo diretor do ‘think-tank’ Bruegel, Guntram Wolff.

Relativamente ao primeiro tema, a comissária responsável pelos Serviços Financeiros, Estabilidade Financeira e União dos Mercados de Capitais disse que a pandemia de Covid-19 acelerou a necessidade de mudança da economia e sociedade. “A necessidade de mudança das nossas economias e sociedade é dramática, mas podemos usar esta situação não para voltar ao passado, mas para olhar para o futuro”, disse, referindo ser necessário garantir que, num espaço muito curto de tempo, “a informação financeira e de sustentabilidade das empresas recebem a mesma atenção”.

A comissária adiantou ainda que o setor da aviação foi referido nesta reunião, mas de forma global e sem se deter sobre a situação específica das diferentes companhias aéreas.

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