PHC. 12 milhões em 8 mil metros quadrados de escritório pensado na “experiência total”

A tecnológica construiu no Taguspark um escritório preparado para o futuro. A vista para o mar, o ginásio e os pequenos-almoços são algumas mais-valias para trazer as pessoas de volta ao escritório.

Os oito mil metros quadrados que as novas instalações da PHC Software ocupam no Taguspark, em Oeiras, foram construídos a pensar no futuro do trabalho, bem como na produtividade da empresa. Projeto no qual a empresa, em parceria com o Tagus Park, investiu 12 milhões de euros. Ricardo Parreira, CEO da tecnológica, diz que se trata de um novo conceito de escritório e quem vem revolucionar o mundo laboral. É a este novo conceito de espaço que os trabalhadores irão regressar, mas num modelo híbrido.

“Os escritórios tradicionais são construídos com um foco no local de trabalho. Ou seja, são pensados para o indivíduo desempenhar tarefas, sendo que tudo o resto é periférico. O novo conceito de escritório é concebido com foco em todos os espaços, onde o open space é apenas um deles. Ou seja, se o primeiro é feito para trabalhar, o segundo é concebido para estar pensado para uma experiência total do indivíduo“, diz em conversa com a Pessoas.

Trata-se de um escritório concebido não só a pensar nas tarefas, mas em todos os fatores que contribuem para o bem-estar e para a produtividade do colaborador. “É a conceção de condições de topo para rendimento de topo”, afirma o líder da PHC.

É a conceção de condições de topo para rendimento de topo.

Ricardo Parreira

CEO da PHC Software

Não são só os colaboradores que são importantes para definir o futuro dos escritórios. É preciso ver além dos funcionários e pensar numa “experiência total”, que inclui, também, clientes, parceiros e comunidade. “Os escritórios clássicos pensam apenas nalgumas salas de reunião, um show room e uma receção. Muitos nem sequer têm em conta a experiência de quem os visita, pormenores simples como garantir um estacionamento”, refere o gestor.

O novo conceito de escritório de que o CEO da PHC fala — que implicou um investimento de 12 milhões de euros, numa operação conjunta com o Taguspark — “é pensado, também, para uma experiência total destes stakeholders, respondendo, de uma forma difícil de esquecer, a um conjunto de necessidades que os clientes têm, e oferecendo-lhes soluções que criem valor”.

As novas instalações da PHC Software têm 8.000 metros quadrados para acolher os 300 trabalhadores da empresa ao longo de três pisos de superfície. Há, ainda, dois pisos com 250 lugares de estacionamento.D.R.

Importância da experiência no regresso ao escritório

Com a maioria das pessoas a ter tido uma experiência de teletrabalho no último ano, ainda que “forçada”, torna-se, agora, fundamental criar as melhores condições para trabalhar no escritório. Isto para que os profissionais se sintam motivados para voltar ao local de trabalho, ainda que seja em regimes híbridos, como a generalidade das empresas espera implementar. É preciso fazer com que seja melhor trabalhar num “local com condições de topo” do que em casa, pelo menos para o desempenho de determinadas tarefas.

“Além disso, é importante considerar o efeito que a socialização tem em nós. É praticamente impossível replicar digitalmente o efeito da oxitocina, que é a hormona da experiência social. Se juntarmos a isto que interação social é um dos aspetos que mais provoca a criatividade, os novos escritórios são espaço para onde as pessoas quererão vir se entenderem como impactam positivamente a sua função”, considera Ricardo Parreira.

Os novos escritórios são espaço para onde as pessoas quererão vir se entenderem como impactam positivamente a sua função.

Ricardo Parreira

CEO da PHC Software

Na PHC, tudo isto foi tido em conta. Este podia ser um dia de trabalho de qualquer colaborador da empresa: chegar ao escritório e ter sempre um lugar para estacionar o carro, ir ao ginásio (mas sem sair do local de trabalho), e tomar o pequeno-almoço gratuito; começar as tarefas diárias com conforto acústico, ergonómico e visual; almoçar com vista para o mar numa das varandas do escritório; durante a tarde, um evento no auditório, uma reunião numa das salas de criatividade, uns minutos de leitura na biblioteca digital e, ao final da tarde, beber uma cerveja com os colegas no espaço exterior.

“Esta é a experiência que estamos a criar. Dias incríveis, em que a pessoa se sente bem, sente que aprende constantemente e que o seu contributo tem um impacto“, conta o líder da tecnológica.

Ricardo Parreira, CEO da PHC Software.D.R.

Voltar, mas em regime híbrido (ou full remote durante 30 dias)

Tal como muitas empresas têm anunciado ou estão a ponderar fazê-lo em breve, a PHC vai adotar um modelo de trabalho híbrido, mas com algumas particularidades. O regime desenhado pela empresa baseia-se na “alta responsabilidade”, “alta flexibilidade” e “alta produtividade”. “Existem dois dias de presença obrigatória no escritório para trabalho coletivo e criativo, sendo os restantes três dias flexíveis e personalizáveis e definidos à medida de cada função”, conta Ricardo Parreira.

Além disso, os colaboradores têm direito a dois períodos full remote de 30 dias, podendo trabalhar nesse período a partir de qualquer lugar. O objetivo é garantir a personalização e, ao mesmo tempo, garantir a produtividade e a preservação da cultura da empresa, que é uma das grandes preocupações da multinacional portuguesa.

A decisão surge depois de ouvidos os colaboradores: “mais de nove em cada dez pessoas escolheu um modelo com presença no escritório”, revela. “O importante é que esse modelo não seja rígido ao ponto de estragar a experiência e foi isso que tivemos em conta, um modelo com a flexibilidade necessária para se adaptar a cada pessoa, cada equipa e cada função de forma a atingir o melhor desempenho e felicidade.”

“A cultura da empresa é a espinha dorsal de toda a nossa atividade. Tudo é feito em função da cultura, desde o sistema de avaliação individual, a organização de atividades internas, até o perfil das pessoas que recrutamos. Levamos a nossa cultura muito a sério e no remoto não é distinto”, diz Ricardo Parreira, dando como exemplo as reuniões one-to-one, a iniciativa quinzenal “Ask the CEO” e os teams buildings feitos à distância.

“Além disso, temos uma atenção muito forte ao estado anímico de cada colaborador. E é frequente os nossos recursos humanos falarem com as nossas pessoas para perceber como estão e em que as podem ajudar. Se juntarmos a tudo isto um reforço da partilha do nosso propósito e do nosso impacto social temos uma cultura que fomenta o sentido de identificação com a empresa”, remata.

Veja aqui as novas instalações da PHC Software, em Oeiras:

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