Unicórnios também entram na nova associação de empresários

A associação, que vai ser apresentada em meados de junho, conta já com 42 empresas, mas o número deverá crescer. Outsystems é uma das que está na lista.

Reforçar a competitividade do país e tirá-lo da cauda da Europa. É o mote que junta mais de 40 grandes empresas numa nova associação que quer ser apartidária e não quer um lugar à mesa da concertação social.

Sonae, Semapa, Millennium, Grupo Mello e Amorim são alguns das empresas que fazem parte da nova associação, como avançou o Jornal de Negócios. Mas a lista não inclui apenas grupos empresariais mais tradicionais. Segundo apurou o ECO, também fazem parte unicórnios portugueses da área tecnológica, como a Outsystems, liderada por Paulo Rosado. A Farfetch, ao contrário do que tinha sido noticiado, não integra a lista.

Educação e reforço das qualificações, capitalização das empresas e aumento da sua escala, o papel do estado e os custos de contexto – são as três grandes áreas a que o novo “think tank” dará prioridade programática e em grupos de trabalho.

Representação ao mais alto nível

A associação, inspirada no modelo norte-americano das “business roundtables”, terá como “chairman” Vasco de Mello, que este ano deixou a liderança executiva do Grupo Mello. A direção, que terá nove membros, contará ainda com Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, e António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim, como vice-presidentes.

Segundo o Negócios, à frente do “think tank” estarão ainda João Castello Branco, CEO da Semapa, Nuno Amado, “chairman” do BCP e Guy Villax, CEO da Hovione. Haverá ainda um secretário-geral e as direções serão rotativas.

Ao que o ECO apurou junto de uma fonte que pediu para não ser identificada, as empresas serão sempre representadas ao mais alto nível, seja através do CEO ou do presidente do conselho de administração.

A mesma fonte explicou que a associação “bebe de algumas ideologias e não de outras”, mas será “apartidária”. Garante também que “não quer ser parceiro social” e que a iniciativa não está relacionada com qualquer descontentamento em relação às estruturas que representam os patrões. “É olhar para a economia e perceber como pode ser melhorada e até otimizada. Apontar caminhos”.

“É uma iniciativa cívica absolutamente importante na perspetiva de se criar um ambiente mais favorável ao crescimento e ao investimento”, explicou um empresário contactado pelo ECO. “Em comparação com concorrentes europeus, temos um ambiente de negócios menos competitivo e com pouca escala, que é mal vista”, acrescenta.

Nome ainda não está fechado

A ideia de criar a associação nasceu e cresceu com o confinamento, sobretudo a partir do início deste ano, que incentivou uma reflexão mais profunda sobre o papel que os grandes empresários podem ter no crescimento da economia. A notícia surge depois da passagem de vários devedores do BES e Novo Banco pela comissão parlamentar de inquérito, que foi alvo de muitas críticas.

O nome ainda não está definido – o branding ainda decorre – assim como a criação do site. O arranque está previsto até ao final de junho, sendo que a expectativa é que o número de empresas participantes cresça das atuais 42.

(Notícia corrigida às 17h15 com indicação de que a Farfetch não faz parte do grupo de empresas)

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