Rendas em Portugal foram as que mais subiram na Europa
As rendas têm vindo a subir e Portugal não é exceção. Aliás, Portugal foi mesmo um dos países onde as rendas mais subiram até 2018, especialmente em Lisboa, conclui o FMI.
Há vários anos que as rendas têm vindo a subir, com o crescimento a superar mesmo a evolução dos preços de venda das casas. São muitos os estudos que têm comprovado essa tendência, colocando Portugal entre os países onde se observaram os maiores aumentos. Agora, um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) vem dar ainda mais força a essa teoria, colocando o país no top das subidas, salientando que no caso de Lisboa o valor das rendas multiplicou-se entre 2013 e 2018.
A pressão existente no acesso ao mercado de arrendamento “tornou-se um desafio em muitas economias europeias”, começa por referir o FMI, no estudo “Affordable Rental Housing – Making It Part of Europe’s Recovery“, divulgado esta quarta-feira. “Embora as diferenças entre países e regiões sejam grandes”, na maioria dos países há uma “grande e crescente parcela de inquilinos de baixos rendimentos e jovens sobrecarregada” com a renda.
Em 10 das 18 economias analisadas pela instituição, os inquilinos de classe média tiveram sérias dificuldades em assumir o peso da renda, com esta a ficar entre 9% a 67% mais alta em 2018 do que em 2007. Entre os países analisados, Portugal, Suíça, Eslovénia e Luxemburgo apresentaram as maiores subidas das rendas, refere o relatório.
É ainda notório o maior peso que as rendas representam para os inquilinos de classe média ou de baixos rendimentos. Os dados mostram mesmo que a evolução das rendas “normais” e das rendas “subsidiadas” foi “semelhante” em quase todos os países, contudo, a maior diferença aconteceu em Portugal, sendo que as rendas subsidiadas apresentaram a maior subida, quando deveria ser o contrário.
Os números mostram que o crescimento real mediano acumulado das rendas entre 2013 e 2018 foi de 18%, tendo como referência um apartamento de dois quartos. Mas o relatório também percebeu outra tendência: “Nos últimos anos, o crescimento das rendas em várias cidades importantes foi significativamente maior do que nos respetivos países como um todo“, lê-se no documento.
E em cerca de metade dos casos, os aumentos das rendas nas principais cidades ultrapassaram várias vezes o crescimento das rendas em todo o país. Aqui, o FMI destaca Lisboa, Dublin (Irlanda) e Reiquejavique (Islândia) como as três cidades onde as rendas mais aumentaram, superando as subidas nacionais. Pelo contrário, em países como Itália e Reino Unido, “os preços ao nível das cidades diminuíram, possivelmente refletindo, em alguns casos, inversões de crescimento em períodos anteriores”, lê-se.
Segundo a instituição, estas diferenças na evolução dos preços entre as grandes cidades e os países a que pertencem “refletem indiscutivelmente a natureza local dos mercados de arrendamento e as pressões heterogéneas decorrentes, por exemplo, da dinâmica de renda, migração, urbanização, atividade de investimento e desenvolvimentos mais amplos do mercado imobiliário”.
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