“PSD não é um partido de direita”, diz Rui Rio
No discurso de encerramento da convenção do Movimento Europa e Liberdade, o líder do PSD disse que o partido faz parte do bloco central do espetro político.
Rui Rio afirmou esta quarta-feira, no final da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que o “PSD não é um partido de direita”. Aliás, remontando às origens do partido, o líder social-democrata relembrou que é um partido de centro-esquerda, ou seja, neste momento, faz parte do bloco central do espetro político.
No arranque do discurso começou por referir que se a convenção tivesse sido intitulado de “Congresso das Direitas”, ele próprio teria sido “barrado à entrada”. Isto porque considera que o PSD é “um partido de centro”, tendo até, nas suas origens, sido “marcadamente um partido de centro-esquerda”.
O Bloco de Esquerda e o PCP são partidos de “esquerda radical”, com o PS a ser um partido da “esquerda moderada”, disse Rui Rio, antes de rematar que, atualmente, há “mais partidos à direita” no contexto político atual, como é o caso do CDS-PP, do Iniciativa Liberal e do Chega.
Sobre o atual panorama político, o líder do PSD fez questão de referir que o principal problema não passa por uma falta de “estabilidade política”, pois essa “ainda se arranja”. O que existe, continuou, é a inexistência de uma “coerência” ao nível das “políticas” empreendidas pelo Governo.
Falando um um “poder político sem força” e da necessidade de haver uma “regeneração” e “adaptação” do regime aos tempos atuais, Rui Rio defende que é necessário proceder a uma “reforma do sistema político”. Isto numa altura em que se verifica um “afastamento entre o povo e o regime”, algo que se opõe ao “princípio da democracia”.
Porém, Rio considera ainda que o “PS não quer reformar nada”, promovendo assim “a corporização do sistema”. Além disso, o líder do PSD fala ainda de como o “sistema judicial regrediu muito” nas últimas décadas, considerando até que “está pior do que há 30 anos”. Fala, assim, de um contexto caracterizado pela “incapacidade do sistema judicial”.
Rui Rio destacou ainda os “estrangulamentos económicos” que têm afetado o país: o “endividamento externo” e o “endividamento público”, os quais classifica como “brutais”. Se no caso do endividamento público, os valores cresceram de “10% do PIB” para “100%” em apenas “30 anos”, o líder do PSD refere que o endividamento público “está no patamar dos 130%”. Responsabilidade que atribui, também, ao partido que governa o país, que não foi capaz de cuidar “da qualidade da despesa pública”.
De forma a potenciar o crescimento do país, Rui Rio diz que o caminho tem de passar por uma “redução da dívida pública e redução da dívida externa”. Considerando que o “crescimento” económico que o PS tem vindo a conseguir “é fraco”, sustenta que Portugal tem de conseguir “exportar mais, poupar mais e investir mais” para potenciar esse crescimento. E “agir”, também, “de forma a atrair o investimento estrangeiro”, disse.
(Notícia atualizada às 21h07 com mais informação)
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