Fitch não mexe, mexem os juros. Taxas em máximos

A Fitch decidiu, tal como Marcelo Rebelo de Sousa antecipou, não fazer qualquer alteração à notação financeira do país. Portugal continua a ser "lixo". Os juros estão em máximos de março de 2014.

Os juros da dívida portuguesa arrancaram a semana a subir. E estão a tocar máximos desde março de 2014. Depois de no final da semana passada a Fitch ter decidido manter a notação financeira do país em “lixo”, há um agravamento das taxas no mercado secundário para máximos de quase três anos: 4,262%, a dez anos. Isto antes de Portugal voltar ao mercado para se financiar com títulos a cinco e sete anos.

“O rating de Portugal [que foi mantido em ‘BB+’] é suportado por instituições fortes, um ambiente empresarial forte e uma das mais altas taxas de rendimento per capita na categoria ‘BB’”, disse a agência de notação financeira. Em contrapartida, a Fitch refere também os fatores negativos: níveis elevados de dívida pública e privada, um crescimento económico “fraco” e problemas que se arrastam no sistema financeiro.

Estes fatores negativos estão a pesar no comportamento das obrigações do Tesouro na primeira sessão após a decisão da agência de notação financeira norte-americana. As taxas sobem em todos os prazos, estando acima dos 2% a cinco anos e nos 4,262% no prazo a dez anos, registando uma subida de 8,9 pontos base para máximos de março de 2014.

Juros renovam máximos de 2014

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Fonte: Bloomberg

A Fitch manteve Portugal no nível de lixo, ou seja, fora do radar dos investidores, ao contrário da DBRS, que é a única agência de rating que mantém Portugal acima dessa fasquia, permitindo o acesso a programa de compras do Banco Central Europeu. É o apoio de Mario Draghi que tem evitado subidas mais expressivas, mantendo o país com acesso ao mercado de dívida.

Portugal volta aos mercados de financiamento esta semana. O Tesouro português conta emitir entre 1.000 e 1.250 milhões de euros em obrigações a cinco e sete anos na próxima quarta-feira. Esta será a segunda emissão de longo prazo do ano, depois da emissão sindicada a 10 anos realizada no dia 11 de janeiro em que o país pagou um juro de 4,3% por três mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a dez anos.

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