Mora apresentou queixa à PGR contra Vasconcellos por desvios de ativos para offshore no Panamá
Rafael Mora, antigo administrador da Ongoing, revelou no Parlamento que denunciou o antigo sócio de Nuno Vasconcellos à PGR devido a desvio de ativos para uma offshore no Panamá.
Rafael Mora, que foi sócio de Nuno Vasconcellos, apresentou uma denúncia na Procuradoria-Geral da República (PGR) em Portugal contra o antigo presidente da Ongoing devido a desvios de ativos do grupo para uma offshore no Panamá, segundo revelou esta quarta-feira na comissão de inquérito ao Novo Banco.
A denúncia foi apresentada por Rafael Mora e um seu sócio em junho de 2018, sendo que se encontra em investigação pela Polícia Judiciária. O processo corre termos no DIAP de Lisboa Norte.
De acordo com Mora, em causa estão empresas como H&S Brasil e também a IBT Brasil, cujo controlo foi transferido de Portugal para o Brasil, com assinaturas de Vasconcellos dos dois lados, e que depois passaram para a Affera, uma sociedade registada no offshore panamiano.
“Foi tirar do bolso esquerdo e meter no bolso direito e depois para o bolso da Affera”, afirmou Rafael Mora.
Deu o exemplo “mais escandaloso” da IBT Brasil. “Em 2016, um mês antes da IBT Portugal pedir a insolvência ao Novo Banco, a IBT Portugal passou a deter zero da IBT Brasil” em vez deter uma participação de mais de três milhões de euros do capital. Em 2017, Andreia Penetra, administradora de insolvência, tendo tomado conhecimento de que tinha sido desviada a IBT Brasil, mandou uma carta para a reversão de ativos. Até agora não vi qualquer reversão de ativos”, explicou.
Segundo adiantou, a “célebre Affera” passou a deter mais de dois milhões de euros do capital da IBT Brasil, ou seja, ficou com o “controlo absoluto da sociedade”.
“Não foram aumentos de capital. Foram desvios“, disse aos deputados.
Mora disse que não tem contacto ou qualquer relação com Nuno Vasconcellos desde dezembro de 2014, quando saiu de todas as empresas do grupo. Recusou o rótulo de “rato a abandonar o barco” e revelou que a sua saída teve a ver com “o rumo que Vasconcellos deu à gestão da Ongoing e ao fim do grupo”.
“Foram vários pontos de discordância e ao longo do tempo”, indicou, como o divórcio da ex-mulher, a contratação do ex-espião Jorge Silva Carvalho ou a tentativa de assumir a gestão da Impresa.
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