Corticeira Amorim é aposta da Lazard na Zona Euro
A gestora de fundos norte-americana está otimista para as ações de pequena capitalização do bloco da moeda única. A empresa liderada por António Rios Amorim é uma das escolhidas.
Mais conhecido pelo banco de investimento, que tem participado em várias fusões e aquisições em Portugal e prepara a venda da dona do Meo, o grupo financeiro de nome francês e nacionalidade norte-americana tem na gestão de fundos o seu outro braço. E também aí há empresas portuguesas no radar.
As small caps da Zona Euro são uma das apostas da Lazard Fund Managers para este ano. As pequenas capitalizações acumulam quedas maiores que as grandes nos últimos meses e têm maior potencial de valorização. Entre as escolhidas está a Corticeira Amorim.
“Na Zona Euro adoramos o universo das small caps porque foram as que mais sofreram nos últimos meses, corrigiram muito fortemente e mais do que as large caps desde novembro. O contexto para as pequenas capitalizações vai ser muito positivo”, antecipa Domingo Torres, diretor da Lazard Fund Managers para Espanha e Portugal. Há outro motivo para a preferência: “Estas são as empresas que vão receber mais dinheiro do Fundo de Recuperação da União Europeia”.
"A Corticeira Amorim tem uma posição de liderança no seu mercado e uma evolução que simboliza o que queremos ter no fundo.”
A Corticeira Amorim é uma das empresas na carteira do fundo Small Calps Euro, devido ao perfil da empresa. “A Corticeira Amorim tem uma posição de liderança no seu mercado e uma evolução que simboliza o que queremos ter no fundo”, justifica Domingo Torres. A última ficha do fundo, datada de abril, assinala que a empresa portuguesa foi uma das três cotadas onde mais reforçou o investimento.
Na carteira de 726 milhões de euros, a líder mundial na produção e transformação de cortiça tem a companhia de empresas como a italiana De Longhi, a francesa Ipsos ou a austríaca Rosenbauer. Nos 12 meses até ao final de abril, o fundo tinha valorizado 58%.
Além da Corticeira Amorim, a Lazard surge com posições qualificadas no capital da REN e da Galp. Na empresa de redes de energia tem uma participação de 7% e na petrolífera de 2%.
Inflação e yield
Esta não é a única estratégia que os investidores têm procurado. Domingo Torres assinala que a procura por rentabilidade (yield) continua a ser um tema prioritário, a que se juntam preocupações com uma subida temporária da inflação, quer por parte dos investidores espanhóis, quer dos portugueses.
“Se olharmos para as subscrições dos nossos fundos em 2020 e 2021, vemos que estão a ir sobretudo para a dívida do setor financeiro, obrigações convertíveis, small caps da Zona Euro e um pouco para a dívida dos mercados emergentes“, conta Domingo Torres.
E as criptomoedas? O responsável garante que os clientes da Lazard não perguntam pelas moedas digitais. “Nós gerimos ativos em que conhecemos os seus fundamentais. Há ativos como o ouro e as moedas digitais em que não temos nenhuma ideia do que será a evolução futura, porque a cotação não obedece a dados fundamentais”, afirma. As criptomoedas não têm enquadramento legal e têm vários escândalos.
O grupo norte-americano, fundado por três irmãos franceses no Louisiana em 1849, está presente em 19 países, emprega mais de mil trabalhadores e tem cerca de 250 mil milhões de dólares sob gestão.
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