Há coligações para todos os gostos nestas autárquicas
As coligações autárquicas para estas eleições abundam. Enquanto algumas não são uma novidade no boletim de voto, outras são uma junção improvável.
Os portugueses vão mais uma vez às urnas este ano, numas autárquicas que serão ainda marcadas pela pandemia. Os partidos já tiveram de entregar as listas com as candidaturas e há várias coligações para as câmaras em diferentes pontos do país. Enquanto algumas eram já expectáveis, outras fizeram levantar as sobrancelhas dos eleitores.
Nestas eleições, que se vão realizar a 26 de setembro, ainda com alguns condicionamentos devido à pandemia, vão a votos os órgãos autárquicos de 308 municípios do país e 3.092 freguesias. Os principais partidos avançam com candidaturas para estas eleições, por vezes de forma independente e, por outras, coligados.
Como já é habitual, os portugueses vão ver a CDU (Coligação Democrática Unitária), que junta o Partido Comunista Português (PCP), o Partido Ecologista ‘Os Verdes’ (PEV) e a Associação Intervenção Democrática, no boletim de voto. A CDU vai concorrer a 305 dos municípios do país e a cerca de 1.630 das freguesias, segundo anunciou esta terça-feira a coligação.
Já outros partidos que costumam juntar forças são PSD e CDS, que assinaram um acordo-quadro para coligações nas eleições deste ano, que excluiu a possibilidade de incluir o Chega. O acordo assenta em princípios “semelhantes” aos das últimas eleições autárquicas. Em 2017, PSD e CDS-PP concorreram coligados em cerca de uma centena de municípios.
Coligações à direita chegam a juntar sete partidos
Este ano, o PSD integra 146 coligações, segundo adiantou o partido em comunicado. Quanto ao CDS-PP, este vai candidatar-se a 251 concelhos nas eleições autárquicas, grande parte dos quais em conjunto com os social-democratas.
O PSD e o CDS juntam-se frequentemente a outras forças de direita em algumas autarquias. Nas últimas eleições, em seis concelhos os dois partidos coligaram-se com o MPT, e em quatro com o PPM. Noutros 11 municípios, avançou mesmo a coligação PPD/PSD, CDS-PP, MPT e PPM.
Este ano, junta-se à “mistura” um partido que tem vindo a ganhar expressão: a Iniciativa Liberal. O partido indicou que vai a votos em cerca de 50 concelhos, referindo ainda que recebeu convites para 112 coligações, mas só terá aceitado integrar sete. Entre as coligações que avançaram conta-se, por exemplo, uma com o PSD e o CDS na Covilhã, com o CDS, o PPM e o MPT em Olhão e com a Aliança em Matosinhos.
Olhando em termos de dimensão, por Odivelas encontra-se uma das maiores coligações destas eleições: PSD, CDS/PP, Aliança, MPT, PDR, PPM e RIR juntam-se para apoiar a candidatura de Marco Pina. Serão também sete os partidos que se coligaram na candidatura de José Manuel Silva para a Câmara de Coimbra: PSD, CDS, PPM, Volt, RIR, Aliança e Nós, Cidadãos.
PS prefere correr sozinho mas aceita RIR
Já o PS escolheu concorrer sozinho na grande maioria dos municípios (95%, segundo anunciaram) e integrar menos de uma dezena de coligações. Contam-se coligações em Aveiro, Cascais, Funchal, Maia, Felgueiras e Penafiel, às quais se junta Lisboa, decisão revelada mais tarde.
Entre os primeiros anúncios de coligações encontrou-se logo um que fugiu ao padrão: o PS e o partido de Tino de Rans decidiram formar uma coligação em Penafiel. Os socialistas juntaram-se assim ao partido RIR na coligação “Penafiel Unido”, com Paulo Araújo Correia como cabeça-de-lista.
O PS decidiu também juntar-se a alguns partidos noutras câmaras do país, como foi o caso da Câmara de Cascais, onde, em conjunto com o PAN e o Livre, apoiam o candidato independente Alexandre Faria, presidente do Estoril Praia.
Já em Lisboa, a candidatura do PS, encabeçada por Fernando Medina, fechou um acordo com o Livre. Com este passo, Rui Tavares desistiu da candidatura para integrar a coligação, ficando com o pelouro da Cultura, Conhecimento, Ciência e Direitos Humanos.
Na capital, há também uma coligação à direita: PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança apoiam o candidato Carlos Moedas. De fora desta coligação ficou a Iniciativa Liberal, apesar de terem existido conversações. O partido de João Cotrim Figueiredo acabou por avançar com um candidato próprio, que teve depois de ser substituído, concorrendo agora Bruno Horta Soares.
Partidos mais pequenos também se juntam
Quanto aos restantes partidos, em Oeiras, o movimento de cidadãos independentes Evoluir Oeiras fez um acordo para uma coligação com o Bloco de Esquerda, Livre e Volt. Esta terá como cabeça de lista à Câmara Municipal de Oeiras a presidente do movimento Evoluir Oeiras, Carla Castelo, de 50 anos.
As regiões autónomas também não fogem às coligações, sendo que, no Funchal, seis partidos apoiam a candidatura de Miguel Gouveia: PS, BE, PAN, PDR, NOS Cidadãos e MPT.
Quanto ao Pessoas-Animais-Natureza (PAN), este concorre a 43 câmaras municipais e 69 juntas de freguesia, tendo decidido fazer coligações nos municípios de Aveiro, Cascais e Madeira, de acordo com o partido.
Já o Aliança vai concorrer a 33 concelhos do país, com listas próprias em três municípios e em coligação nos restantes 30. Por outro lado, o Chega vai candidatar-se a estas autárquicas em “cerca de 220 municípios”, mas sem coligações, segundo adiantou André Ventura.
Existem ainda coligações entre partidos com menos expressão. O Partido da Terra (MPT) e o Partido Democrático Republicano (PDR), por exemplo, juntaram-se na candidatura à Câmara de Cascais, numa coligação que tem como cabeça de lista o advogado Luís de Belo Morais.
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