Responsável antifraude avisa que vai ser difícil seguir o rasto todo o dinheiro da “bazuca” europeia

  • ECO
  • 17 Junho 2021

Países como a Alemanha ou Polónia recusam-se a assinar um banco de dados de transações comum, o que dificulta a monitorização do dinheiro.

A União Europeia (UE) enfrenta um “grande risco” de abusos no seu fundo de recuperação pós-pandemia de 800 mil milhões porque alguns países se recusam a assinar um banco de dados de transações comum, alerta o responsável antifraude do bloco europeu.

Com a recusa de alguns Estados-membros em se comprometerem com esse banco de dados, pode haver dificuldades em monitorizar os fluxos financeiros, mesmo com os programas anticorrupção de Bruxelas, disse Ville Itala, diretor-geral do Organismo Europeu Antifraude, ao Financial Times. “É uma grande quantia de dinheiro – a prevenção é importante”, disse, acrescentando que a lamenta a decisão que esses países tomaram.

“É um grande risco, isso é certo. Não temos as mesmas possibilidades de seguir fluxos de dinheiro e informações – e encontrar os benefícios fiscais”, explicou. O responsável sublinhou que é preciso uma supervisão rígida por parte da UE e de cada país para o dinheiro não ser perdido para a fraude, como já aconteceu com fundos europeus anteriores.

O banco de dados em causa é o Arachne, usado em mais de 20 países da UE, mas alguns países preferem usar as suas próprias ferramentas, como a Alemanha, Suécia, Polónia, Dinamarca ou Chipre. No entanto, apesar desse facto, os Estados-membros devem criar sistemas nacionais para registar e comunicar os beneficiários finais dos fundos europeus, algo que a UE acredita ser uma forte arma para evitar uso indevido dos mesmos.

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